quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

É NATAL

           
                     Jesus

FELIZ NATAL E UM ANO NOVO CHEIO DE REALIZAÇÕES, QUE A PROTEÇÃO DO SENHOR JESUS ESTEJA SEMPRE SOBRE NÓS E A SUA PAZ SEJA NOSSO ESCUDO TODO DIA.
São os votos de todos que fazem a Associação de agricultores turismo e cultura de Serra dos Bois, a todos sócios e amigos.

Nossa Origem



 Imagem da festa do vaqueiro, ao fundo imagem da serra lavrada e serra de Manoel Manço.
Em destaque, o vaqueiro Bento Barbosa o melhor da região com seu sobrinho Daniel  

Tramita no Congresso Nacional projeto de lei estabelecendo que para se registrar um fato histórico é preciso possuir o diploma de Historiador. Como não pretendo fazer esse curso, que é um dos mias importantes, procurarei ser rápido e ligeiro para contar a História de Serra dos Bois, partindo de um ponto de vista estritamente oral, que me passaram meus ilustres conterrâneos, sem a preocupação de buscar documentos que comprovem tais fatos. Afinal, apalavra viva que deixaram nossos ancestrais é mais que suficiente para o registro de um povo e suas tradições.
Bem antes da implantação da República Serra dos Bois já era povoada. É que Ludugero Aleixo da Cunha Porto e seus irmãos ali fixaram residências e criaram seus filhos. Especialmente Ludugero e Aleixo Porto, deixaram muitos descendentes que até hoje povoam este lugar tão gostoso de viver; um lugar cheio de belezas naturais e de história. Afinal, Antônio Silvino e seus capangas faziam do serrote de Mãe Zita, sua morada ou esconderijo, hoje, conhecido como “Rota do Cangaço”.
Ludugero Aleixo da Cunha Porto foi casado com Zita. Tiveram os seguintes filhos: Bernadino, Lina, Francisca, Manoel, Otília, Maximiano, Aleixo, Josefa, Floro e Abdias. Tio Bernadino se casou e foi morou no sítio Serra Verde, município de Boqueirão. Sua família, hoje, reside no município de Taquaritinga do Norte. Tia Lina se casou com seu João Joca, morador do sítio Gavião, município de Frei Miguelinho, não teve filhos e passou o resto de sua vida em Serra dos Bois, com sua irmã Josefa (tia Zefinha).
 Tia Francisca se casou com seu Amaro França e formou a Família França composto por: Luiz França; Ludugero França, João França, Maria França, Zita França, Zuzinha França, Ana França e Doralice França.
Manoel Ludugero se casou com dona Aurea e morou sempre em Serra dos Bois. Foi um bom pai e teve muitos filhos. A maioria deles foi morar na Zona Canavieira; somente Adélia e Native fixaram residência em Serra dos Bois.
Otília se casou com Ananias Idelfonso de Queiroz, morador do sítio Gravatá Mor, de São João do Cariri. Este casal construiu o núcleo da Família Farias em Serra dos Bois: Hermes Ludugero de Farias, Manoel Ludugero de Farias, Lindolfo Ludugero de Farias, José Ananias de Farias, Maria Lieta de Farias e Antônio Ananias de Farias. Somente Antônio Ananias de Farias fixou residência na cidade do Rio de Janeiro e é pai de Joel Antônio de Farias.
Maximiano Aleixo nasceu em Serra dos Bois, porém foi morar em Caruaru e teve os seguintes filhos Aluísio, João e Carlinda.
Aleixo  foi morar em Caruaru e se casou com tia Ernestina, pessoa quito querida de todos de Serra dos Bois. Tio Aleixo e tia Ernestina tiveram muitos filhos; todos naturais de Caruaru, terra do Coronel Ludugero, que não tem nenhuma relação com Ludugero da Cunha Porto.
Josefa, carinhosamente chamada de tia Zefinha nasceu e morreu em Serra dos Bois. Era uma pessoa extremamente católica e nunca se casou.
Floro Ludugero da Cunha Porto se casou com tia Nina Duda e moraram muitos anos por cidades vizinhas e também foi carreiro na Zona da Mata Pernambucana, mas terminaram seus dias em Serra dos Bois, deixando Jorge seu filho, pessoa muito querida por todos em Serra dos Bois. Jorge é um esteio em Serra dos Bois e construiu com sua esposa Eva, filha de Ludugero França e Maria uma família sólida em Serra dos Bois.
Abdias Ludugero se casou com Maria Aragão, tia Lili e teve muitos filhos. Sendo que somente Maria nunca quis sair de Serra dos Bois. Os demais moram na cidade do Rio de Janeiro, Caruaru e Alcantil.
A raiz da família de Serra dos Bois tem também os Lino: Joaquim Lino, pai de Aleixo Joaquim, João, Manoel, Bibiana, Josefa e Sancha. Aleixo Joaquim se casou com dona Maria, filha de seu Ananias Marcos, grande vaqueiro paraibano, que residia na fazenda Carro Quebrado, município de São João do Cariri, PB. Aleixo Joaquim e dona Maria, tiveram os seguintes filhos: Joaquim Lino Castro Neto, nosso querido Padre Joaquim, Raquel, José de Castro, Zé Pequeno, Maria e Raimunda. Manoel Joaquim foi casado com Maria de Aleixo Chico e teve um filho, José Joaquim, hoje, morador de Gravatá do Ibiapina, casado com sua prima Maria de Julia, esposa de Zé Pereira, nosso eterno vereador. Bibiana, Josefa e Sancha não deixaram descendentes, embora Sancha tenha se casado com Pedro Lino e Zefinha foi casada com o senhor Ricardo.
Sempre me causou curiosidade a origem de uma personalidade muito falada em Serra dos Bois: Tinuto. Acontece que sabia nada a seu respeito. E, uma agradável surpresa quando Apolônio Aleixo, filho de Pedro Aleixo, do sítio Tanque Raso, Boqueirão, PB, me confirmou que Tinuto era irmão de Ludugero da Cunha Porto, juntamente com Pedro Aleixo e Ricardo Aleixo, esse morador do Riacho de Santo Antônio. Tinuto deixou filhos, embora não possamos até o presente momento saber mais detalhes a respeito de sua vida.

Por: Antônio Martins  

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Zé França, o nosso Zé


 
Zé França é o primeiro a direita do monitor  

José de França Pontes, Zé França é uma das pessoas mais queridas de Serra dos Bois. Existe um ditado, entre nós de Serra dos Bois, que Zé França e angu não faz mal a ninguém. Fato é que nunca se soube de alguém que morreu por ter comido angu com leite. Zé França é filho de seu Amaro França e tia Francisca, tia neném. Fazendo parte da família França. Ele se casou com Severina Aragão, tia Bia, como nós nos habituamos a chama-la. Teve um filho, Adão, que é casado e mora também em Serra dos Bois. Nosso querido Zé França sempre teve preso ao trabalho. Poucas vezes ia à feira, pois preferia ficar limpando o roçado ou fazendo uma carvoeira. Gostava de criar gado, cabras e ovelhas. No início da vida construiu uma casa perto do açudinho e, com o passar do tempo, mudou-se para casa de pai Aleixo, para cuidar dos sogros, Aleixo Chico e Esmera.
Muito difícil falar de Zé França porque ele não possui defeito, foi pouco namorador e não fez nada de errado na vida. Apenas, contam que certa noite ele chegou a sua casa muito assustado por ter presenciado uma alma no corredor de Pedro Lino. Sempre calado, pouco se sabendo quando ele estar com raiva ou apenas calado. Embora, um sorriso sempre sai. Ele sempre se apresenta muito educado para com as crianças, afinal tem muitos afilhados e com os adultos também. É uma pessoa servidora e só nasceu para fazer o bem. Católico praticante e nunca reclama das adversidades da vida.
Zé França é uma das pessoas de Serra dos Bois que merece o maior respeito e admiração. Ele é parte de uma história de um povo que nasceu para brilhar e pautar sempre no caminho do bem. Parabéns Serra dos Bois por ter como filho meu amigo José de França Pontes – Zé França.

Por: Antônio Martins de Farias



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Contos: A cabra fuxiqueira





olho da cabra  Animais

Cabeluda era uma cabra fuxiqueira. Ela era uma cabra boa de leite, dava de cinco a dez litros de leite por dia. Só que não deixava as suas companheiras em paz. Era um leva e traz daqueles. Toda noite tinha um quiproquó danado, porque Cabeluda chegava da serra e contava tudo que viu e o que não viu em relação às outras cabras. Uma vez, por exemplo, ela acusou Môchinha, uma cabra séria e muito respeitada na comunidade dos bodes, de ter se envolvido com um bode de Severino Arruda. Ora, todas as cabras sabiam que a fazenda Boa Vista faz divisa com a do Açude Novo; sendo comum encontro de bodes e cabras de outras localidades. Mesmo assim jamais se poderia acusar Môchinha de trair seu Pai de Chiqueiro, Mirinó; bode que veio da Paraíba, com fama de bom de papo e de cavanhaque cheiroso.
No mundo dos bodes não predomina a monogamia, assim sendo, um bode pode ter quantas cabras quanto quiser, mas as cabras só podem ter um Pai de
Chiqueiro ou bode. Até no mundo dos caprinos há discriminação e preconceito, como na sociedade dos homens.
Tinha noite ninguém dormiu e nem remoía os caroços de imbu que se comia durante o dia na Serra Lavrada e na Serra de Manoel Manso. No fim da tarde as cabras ficavam no Riacho da Janela comendo quixaba e só no inicio da noite é que iam para o chiqueiro. Não andavam em bandos. Primeiro ia uma e depois outra, até todas se reunirem no terreiro, para bater um papo e por as conversa em dia, ocasião que Cabeluda, a cabra fofoqueira, aproveitava para levantar falso em relação às outras. Ela, geralmente, implicava com as cabras mais velhas. Só que tinha Cabra de Canga que logo tomava as dores e lhe aplicava logo um par de chifres e Cabeluda corria para o curral, na esperança do bode lhe proteger. A briga das cabras formava um espetáculo a parte, quando um quadrúpede virava bípede e tacava o chifre uma na outra. De vez em quando os chifres se enrolavam e elas rolavam pelo chão. O Conselho das Cabras foi convocado e teve uma reunião extraordinária, na sede social, que ficava no Roçado da Janela. A sede era uma laje de pedra que ficava perto do riacho. As cabras reunidas decidiram que se Cabeluda, a cabra fuxiqueira, não parasse com as fofocas, todas iam mudar o destino de pastagem. Trocariam a manga de seu Oliveira pelo o serrote do Papagaio, pelo menos lá, se juntavam às cabras de Luiz França, estas não faziam fofoca, a não ser, de vez em quando, comer a palma do roçado de Seu João Borges.
Coisas do destino, porém mudaram todo o rumo, pois a cabra Cabeluda foi vendida para seu Elias Marcos, de Pedra Preta, que lhe vendeu na feira de Santa Cruz do Capibaribe. Deixando, assim, Cabeluda, a cabra fuxiqueira, de perturbar as cabras que não gostavam de fuxico. Diga-se que a venda de Cabeluda provocou uma tristeza profunda no mundo das cabras. Nunca mais o chiqueiro foi o mesmo sem a cabra Cabeluda.

Por: Antonio Martins de farias.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A GUERREIRA EMILIA MARTINS DE FARIAS



                       
            Da esquerda para a direita, Doralice, Carlinda, Bernardina, dona Emília, Zita e Claudeci 
                       
                                                  Antonio Martins, e seus primos

Emília Martins de Farias, nascida na vila de Gravatá do Ibiapina. Filha de Franklin Procópio da Cunha e Bernadina Martins da Cunha. A casa onde ela nasceu era tão simples, como as pedras do morro que envolve Gravata. As muralhas de pedra das serras trouxeram para Emília a dureza e a coragem de lutar por tudo.
Conta-nos que sua mãe lhe ensinou a ler e a escrever, usando como caderno as areias do riacho, pois não tinha papel. E Emília sempre preservou o gosto pela leitura e pela informação. Daí sua lucidez ao completar 90 anos de vida.
A vida de Emília nunca foi fácil. Desde sua infância em Gravatá do Ibiapina até os dias de hoje. Assim, ela abraçou Serra dos Bois como sua morada ao decidir se casar com Hermes Ludugero de Farias, homem honesto e um verdadeiro embaixador. É que seu esposo gostava muito de viajar e fazer amigos. Nossa casa estava sempre cheia de gente de todos os lugares. Hermes fazia amizade com tudo mundo, não tendo, graças a Deus, qualquer tipo de preconceito. Nosso pai era um exímio pesquisador de parentes. Ele descobria parentes em todo nordeste. Se alguém precisava saber sua origem bastava perguntar que Hermes ia descobrir.
Uma vez Hermes conheceu um irmão de um cangaceiro em São João do Cariri, PB. Este senhor era barbeiro na cidade dos Gaudêncio e incumbiu meu pai de encontrar seu irmão que se encontrava em Pernambuco. Hermes procurou e encontrou o tal cangaceiro, que era policial em Santa Cruz do Capibaribe e promoveu o encontro dos dois no Hotel de Dona Maria Duda, ponto de encontro dos sertanejos, na terra da Sulanca. Nesta conversa foi atribuída outra missão a Hermes: adquirir um rifle dos que os cangaceiros usavam e meu pai conseguiu e, quem deu o primeiro tiro com este rifle foi o Geraldo Francisco Barbosa, grande amigo da gente.
Assim, escrever sobre Emília só é possível se incluir a história de Hermes, seu esposo durante muitos anos e até no presente momento, pois ele, agora, onde estiver haverá de estar feliz e muito contente com a família que construíram juntos.
Este casal, ainda jovem foi morar em Serra dos Bois e tiveram seis filhos, Ananias, Bernadina, nossa querida Dina, e Paulo; e o casal de gêmeos Antônio e Maria e caçula Carlinda. Infelizmente, hoje, só contamos com Dina, Maria, Antônio e Carlinda. Iniciaram sua morada no Serrote do Urubu, uma casa que pertencia a seu Zé Ramos, percussor da família Ramos de Serra dos Bois. Poucos anos depois construíram uma casa perto da casa de nossa querida vó, Otília.
No final da década de 50, a família se mudou para a casa que ainda hoje é a residência da família de Emília.
Ainda na adolescência Ananias faleceu e, há poucos anos, perdemos também a convivência com nosso Paulo. Há que se acrescentar que nossa família está com muita saudade de nosso querido Luiz, de Hermes, de Paulo, de Ananias e de nossa a querida vó. Sem nossa vó, nossas vidas não teria graça. A vida é assim: uns vão outros ficam e cada um vai construindo seu patrimônio de saudade.
Mamãe, sempre foi uma mulher muito corajosa e disposta a qualquer luta. Ela não enjeitava trabalho. Limpava mato, barreiro, cortava lenha, fazia farinha e carregava água na cabeça. Fez tudo que a mulher nordestina fez. Exemplo claro de que a mulher do campo não é fraca e coitada.
Nós, seus filhos temos muita honra e amor por nossa mãe. Ela nunca nos abandonou, esteve sempre de nosso lado. Era enérgica, talvez com um exagero de zelo nos criou. Somos felizes e não temos palavras para agradecer o bem que ela nos fez e fará. Cumpre-nos seguir o seu exemplo de mulher forte, honesta e de coragem, parabéns que Deus lhe der muita saúde e multiplique seus dias de vida, assim definiu Geraldinho,
comadre Emília, um exemplo de vida e cidadania!

Por: Antonio Martins: 


   

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Missa e festa do vaqueiro


A segunda edição da festa do vaqueiro em Serra dos Bois repetiu o sucesso da primeira e superou as expectativas, um publico acima do esperado visitou nossa comunidade durante todo dia para assistir as competições de corrida de jerico e torneio de cavalo machador com premiação do primeiro ao quarto colocado. Logo após, aconteceu a cavalgada puxada pelos poetas  Joãozinho aboiador, Doutor Américo, Vando Duda e Geraldinho, que  durante uma hora e meia, animaram todo percurso  e através de versos e toadas  agradeceram aos vaqueiros participantes e lembraram a importância de se preservar a cultura e a historia do nosso povo. As dezoito horas foi celebrada a santa missa presidida pelo padre Joaquim  Lino de Castro Neto, nascido na comunidade,  filho de dona Maria Ananias e Aleixo Joaquim,  um dos maiores vaqueiros do nordeste, ao final da celebração, alguns cidadãos foram homenageados pela importante  contribuição desempenhada na comunidade ao longo dos anos, os senhores  Manoel Barbosa Camelo, Enrique de Melo, Gabriel Pereira,  Renato Arruda e o padre Joaquim, receberam troféus em um momento de muita emoção,  o vaqueiro do gibão mais caracterizado, o mais novo, o mais velho e o que veio de mais longe montado em seu animal, também  receberam troféus e ficaram super alegres prometendo voltar no próximo ano. As vinte e duas horas a banda forrozão do bardigão subiu ao palco e deu um show de forró que sacudiu a  galera, o cantor bardigão que é natural de Taquaritinga levou  muita alegria e descontração aos dançarinos que não pararam de dançar um só instante,  Bardigão ao descer do palco, foi muito elogiado e as fãs aproveitaram o momento para tirarem fotos ao seu lado, um artista que vem mostrando  competência e conquistando seu espaço na região.  Uma hora da manhã, foi a vez de Bidinga do acordeom da o seu show  que dispensa comentários e mais uma vez levou a multidão ao delírio, cerca de quatro mil pessoas participaram do evento superando o publico do ano passado.  Este evento é uma ação da prefeitura de Taquaritinga do norte em parceria com a Associação dos agricultores de Serra dos Bois, com o intuito de interiorizar as ações e fortalecer o turismo também na zona rural do município, a rota do cangaço, é mais um atrativo turístico na nossa querida  Dália da serra. Nós agradecemos a todos que participaram e colaboraram direto ou indiretamente com nosso evento, desejamos muita paz saúde e amônia em seus lares e contamos  com vocês em dois mil e treze, um forte abraço dos coordenadores:  Claudio Barbosa Valdelice Granjeiro e Geraldinho. Confira algumas imagens:






   Por: Geraldo filho

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Segunda edição da festa do vaqueiro em Serra dos Bois




No último sábado (10) a comunidade de Serra dos Bois, município de Taquaritinga do Norte, foi palco da segunda edição da festa do vaqueiro. Uma realização do Governo Municipal através da Secretaria de Turismo, Esportes, Cultura e Desenvolvimento Econômico, junto com a Associação dos Agricultores de Serra dos Bois e comerciantes.

Foi um dia inteiro de festa na comunidade com o objetivo de resgatar a cultura do vaqueiro e preservar as riquezas históricas da localidade que foi batizada como Rota do Cangaço, fortalecendo assim, o turismo rural da Dália da Serra.

Confiram algumas imagens da festa:
texto: Enrique Figueiroa.


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

II missa e festa do vaqueiro


É sábado dia dez de novembro, segunda missa e festa do vaqueiro, em Serra dos bois de Taquaritinga do Norte, tudo começa as  horas: 15 com corrida de jericos duzentos reais na premiação do primeiro ao quarto colocado,  depois prossição cavalgada, missa campal,  show de prêmios, encontro de aboios e toadas e muito forró com, forrozão do Bardigão e Bidinga do acordeon, participe valorize a nossa cultura e ajude a preservar a nossa historia.      

Um outro olhar




A caibera da beira do grotão

de amarelo, ficou toda florada

Sua sombra ficou amarelada

Um tapete de pétalas no chão.

A Caibera enfeita o Sertão

Dando vida a vida tão sofrida

Uma vida cansada e mal vivida

de um povo que vive pra lutar

A caibera florada vem nos dar

a visão de uma vida colorida

Pescado no Diário da sulanca.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

NAÇÃO CALABAR FAZ BARBA CABELO E BIGODE




ELEIÇÃO 2012- Taquaritinga do Norte

Foto da capa
Evilásio Araújo é reconduzido á prefeitura
Com 52,75% dos votos válidos, Evilásio Araújo (PSB) volta a governar a Dália da Serra a partir de janeiro de 2013. Ele venceu o Petista Milton Cícero que chegou aos 42,82% dos votos e o vereador Demir (PMDB) que obteve 4,41%.
Resultado final:
Evilásio Araújo (PSB)- 8.281 votos
Milton Cícero (PT)- 6.725 votos
Demir (PMDB) 693 votos 
VEREADORES ELEITOS

Nova Situação
Rogéria (PV) 984 votos
Lukinha (PSB) 953 votos
Batata (PTB) 823 votos
Geovane (PSB) 775 votos
Eraldo (PSB) 772 votos
Gilson Carlos (PTN) 655 votos
Ronaldo Veiga (PV) 619 votos

Oposição
Janio Arruda (PSD) 1.295 votos
João da Banda (PSDB) 765 votos
Demar (PSDB) 724 votos
Cíntia (PSDB) 554 votos
Fonte:Dalia Net





O CARIRI AGORA TEM SEU REPRESENTANTE



O CARIRI AGORA TEM SEU REPRESENTANTE


  O cariri se uniu e mostrou força e elegeu Eraldo da Pedra Preta Vereador, Eraldo durante todo sua vida ajudou a população daquela área e também de Taquaritinga, Eraldo sempre apoiou como cabo eleitoral Rogéria de Zeca, e agora virou colega de Câmara da Vereadora, para muitos Eraldo foi uma surpresa, mais ele foi comendo pelas beiradas e chegou bonito, Parabéns Cariri agora vocês tem uma voz na Câmara Municipal.
Fonte: Dália net 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Segunda missa e festa do vaqueiro






Vem aí, a segunda missa e festa do vaqueiro em Serra dos Bois, Taquaritinga do Norte Pernambuco, dia dez de Novembro, após a missa, teremos festival de prêmios e depois muito forró com, forrozão do Bardigão e Bidinga do acordeom. Muita fé alegria e gente bonita, não fique fora dessa.  

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Encantos de Serra dos Bois.







Seja no inverno, no verão, no outono ou primavera, passear pelos recantos e encantos de Serra dos Bois e adjacências tem seu preço: bons momentos de alegria e aprendizado sobre o meio ambiente e um povo hospitaleiro e de uma sinceridade e honestidade inigualável.
Primeiro pediremos licença para adentramos a fazenda Açude Novo. Lá, vamos visitar a Serra Lavrada. No topo daquela serra existe uma sequência de cores  nas pedras, marcando, talvez, notícias da ancestralidade de vários povos. A Serra Lavrada, de um lado, pertencia ou pertence ainda às Noventas. “Noventas” representa um trecho de terra cujas medidas equivalem noventa braças de largura, medida utilizada pelo sertanejo para medir as terras de suas propriedades. As “Noventas” faz divisa com o sítio das Barrocas, de seu João Borges e com as terras do Jerimum. Ou ainda, com a Serra dos Bois, a qual nossos vizinhos mais antigos a chamavam de Serra dos Aleixos. Tal apelido é devido a nossa ancestralidade ou família Aleixo, que formou os primeiros moradores de Serra dos Bois. Há também uma variedade enorme de arvores e plantas; como angico, jurema, catingueira, marmeleiro, imburana, facheiro, lastrado, urtiga e favela; caroá, para se fazer corda, e muitas outras espécies. Sem esquecer-se de nossa macambira, da cana de macaco e do coco catolé. Pedras e locas param brincar de se esconder e curtir a felicidade. Tem também muitos pés de imbu que alimenta as cabras e os jabotis. Encontram-se também muitos caramujos de várias cores e tamanho.
Descendo para o lado da serra de Manoel Manso, vamos encontrar o Olho d’água, antiga cacimba que nossos antepassados fizeram para amenizar os efeitos da seca. Lá, muitos caçadores e cangaceiros, fizeram tocaia para matar arribaçã, juritis, rolinha cascavel e outras espécies de aves, tempo que não combina com os tempos atuais. Mesmo assim não podemos condená-los, pois eles não sabiam das consequências. Condenar o passado, sem dar-lhe o direito de se defender é um crime grave também.
À noite, um verdadeiro espetáculo, ver a lua cheia e ouvir o tric, tric dos grilos, o som do vento e o barulho dos galhos das árvores se tocando, como se fosse um casal de namorados apaixonados se tocando e sentindo em seu corpo a felicidade que só o amor é capaz de proporcionar.
Vale a pena ir a Serra dos Bois e visitar a Serra Lavrada.



Antônio Martins de Farias

sábado, 25 de agosto de 2012

Coluna reflexão



SÁBADO, 25 DE AGOSTO DE 2012

 por : Marcos Pontes

 Todos nós sabemos do significado e conceito de  zona rural (CAMPO), e principalmente da  importância dessa região não urbanizada e destinada a atividade de agricultura e pecuária, o homem do campo tem um papel muito importante no contexto social, pois é de lá que é extraído os alimentos para toda a população e é com essa consciência que a gestão de Evilasio e lero tem dado um apoio: técnico, logístico e social nunca antes visto nessa região.

Com uma equipe liderada pelo secretário de agricultura e pecuária Júlio César, que tem na determinação e organização seu ponto forte o governo municipal através das parcerias com: IPA, SENAR, CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS, MDA (ministério do desenvolvimento agrário), PRORURAL, e os bancos do BRASIL E DO NORDESTE, está trazendo muitos benefícios que está mudando profundamente a qualidade de vida da população dessa região. Baseada principalmente na agricultura familiar que é o cultivo de terra realizado por pequenos proprietários rurais tendo como base a mão de obra essencialmente no núcleo familiar, as ações vão desde:

 ARAÇÃO DE TERRA E DISTRIBUIÇÃO DE SEMENTES :Em parceria com o IPA  são cedidas 500 horas de maquina para a aração de terra e depois distribuídas as sementes para que os agricultores possam plantar as lavouras de milho e feijão.

 PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE TERRA: feito em parceria com o sindicato dos trabalhadores rurais de Taquaritinga do Norte onde no Brasil a estrutura fundiária compreende que 1% dos proprietários detém 50% das terras, portanto num país de latifúndios esse programa do governo vem mudando essa realidade pelo menos em Taquaritinga onde através do credito fundiário 63 famílias já foram assentadas gratuitamente.

PROGRAMA FOME ZERO ANIMAL: onde os agricultores tiveram a aquisição de ensiladeiras para a confecção de silos na técnica de armazenamento e forragem para o período de estiagem.

PROGRAMA DE BARRAGEM PARA O CAMPO: em parceria com o  (SARA),a administração de Evilasio e lero conseguiu em 2011, 700 horas de maquina onde foram construídas 17 barragens além de barreiros e para 2012,foram disponibilizadas mais 1200 horas de máquinas nas quais 1000 horas já foram utilizadas na construção de mais 22 barragens totalizando assim 39 barragens para a população rural.

PROGRAMA DE MERENDA ESCOLAR: o prefeito evilasio tem dado através da secretaria de agricultura e pecuária a assistência técnica desde 2011 para o programa de fornecimento da merenda escolar através do PENAE onde os agricultores da cidade fazem o fornecimento de carne de galinha. Bode, boi, além de hortaliças, bananas, e com o reconhecimento da boa qualidade do alimento o programa foi ampliado em 2012 para quase o dobro.

APOIO AO CAFÉ ORGANICO: o governo municipal através da secretaria de agricultura e de parcerias vem fortalecendo e valorizando o café orgânico do município na região e em todo o Brasil.

QUALIFICAÇÃO DO HOMEM DO CAMPO: em parceria com o SENAR(serviço nacional de ensino rural),tem sido aplicado vários cursos com certificado de: TRATORISTA, APICULTURA, CAPRINOCULTURA, SUINOCULTURA, ELETRICISTA, ENCANADOR, PINTOR, GALINHA CAIPIRA, DOMA RACIONAL DE CAVALO, CULINÁRIA RURAL, DERIVADOS DO LEITE, EMPREENDEDOR RURAL entre outros.

Como estamos vendo a população rural vem sendo bem assistida pela atual administração municipal, o êxodo rural que é a mudança de pessoas da zona rural para outras regiões de mais condições, pelo menos aqui em Taquaritinga não tem mais acontecido pois com todo o apoio e assistência técnica que tem recebido o homem do campo esta tendo a satisfação de viver onde realmente ele quer e gosta e nós que tanto dependemos e reconhecemos a sua importancia, falamos como uma musica de grande sucesso dos irmãos Dom e Ravel “OBRIGADO AO HOMEM DO CAMPO”.   


   
                                                            

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Amor Secreto




A noite começava; o bacurau expunha sua cor e pulava de canto a canto da vereda. As caiporas assobiavam e as muriçocas soltavam suas zoadas. A esta altura, os galos de campina já pernoitavam nos galhos de avelós e sonhavam com o clarear do novo dia mais alegre, ou seja, com um roçado cheio de covas de milho, sem a presença de um menino para bater lata e espantá-lo. É que o malvado galo de campina e o xexéu não deixam uma cova de milho em paz. Eles com seus bicos afiados arrancam uma a uma para comer o milho ou o feijão plantado. No entanto, estão perdoados, pois só o canto do galo de campina encanta a vida. Sem o galo de campina o nordeste seria uma Roma sem o Coliseu, o Rio de Janeiro, sem o Pão de Açúcar e o Maracanã, ou seja, não tinham tanta beleza. Ou ainda o Piauí sem o Rio Parnaíba.
Os papagaios, que voavam de um lugar para outro, indo e voltando das serras e dos serrotes da fazenda de seu Agnelo Pedrosa. Ao anoitecer e ao amanhecer as aves verdes e falantes passavam voando e cantando por Serra dos Bois, inquietando o juízo do menino que gostaria de saber onde ficava a casa dos papagaios. Parecia que eles moravam no Bandeira, ou no serrote de Mãe Zita, onde juntamente com os mocós davam um ar alegre àquele lugar.
Assim ia-se levando a vida. Bastando para tanto um café bem forte, um cigarro de palha ou cachimbo para se tirar um trago. Quando o fim de semana chegava corria-se para o Jerimum, pois lá era certo que tinha um forró.
De forró em forró Theobaldo Farias encontrou sentido para sua vida pacata que levava nos campos de Serra dos Bois. Certa vez, quando chegava ao Jerimum Theobaldo, com seu sexto sentido, logo pensou e falou para seu amigo Leôncio Matoso:
- Hoje, Leôncio, eu arrumo uma namorada.
Passava o jovem Theobaldo Farias e o solteirão Leôncio Matoso, pela casa de seu Raimundo Gomes, no sentido de Serra dos Bois ao Jerimum. E Leôncio Matoso, com seus 50 anos, solteiro e virgem que nunca namorou, começou a rir. E só quando passavam perto da casa de seu Aniceto é que Theobaldo Farias se irritou e respondeu ao seu estilo.
- Por que você rir de mim, se nunca arrumou uma namorada?
Leôncio Matoso, que não tolerava perguntas relativas à sua vida  íntima não gostou e partiu para o ataque:
- Isso não é de sua conta. Eu não arrumei namorada alguma porque não quis e isso é uma questão que diz respeito somente a minha pessoa e você não se meta aonde não foi chamado.
Prosseguiu o solteirão.
- Não arrumei namorada, na opinião do povo mau falador de Serra dos Bois e de Gravatá do Ibiapina. Gravatá do Ibiapina, porque todo mundo de Serra dos Bois tem origem em Gravatá. Só que ninguém sabe que eu amei e amarei para sempre o único amor de minha vida. Só eu e ela é que sabemos da existência de nosso amor secreto.

Os dois amigos chegaram à vila do Jerimum e na bodega de Ismael de João Nogaia Leôncio Matoso terminou de contar sobre seu amor, após uma boa dose de conhaque.

- É que seu pai de minha amada era homem rico e importante da região não permitiria que ela se casasse comigo, um pobre e com a calça rasgada. E para não fazê-la sofrer fizemos um pacto: nós nos amaríamos para sempre, pois para se amar não é preciso se casar ou se viver juntos. O verdadeiro amor é àquele que nos alimenta, nos completa e nos deixa viver sem mágoas ou rancores. A vida não comporta os que não compreendem o que é amar.

Emocionado Theobaldo Farias voltou para casa, não foi mais ao forró e procurou viver como um ermitão, só que se esqueceu de que para amar é preciso ter um amor, mesmo secreto como o amor de Leôncio Matoso.
Por: Antônio Martins de farias



sexta-feira, 27 de julho de 2012

As Festas Juninas de Serra dos Bois











As Festas Juninas de Serra dos Bois
 Festas, balões, fogos de artifícios, pamonha, canjica e milho verde são os ingredientes para o mês de junho inteiro. Falta só batata doce, que agora incluo. Na noite de Santo Antônio a festa era animada. Uma novena na casa de Hermes, outra na casa de Otávio davam o tom da alegria. Após a novena o café com pamonha era sagrado.
Sobre a mesa ficava os pratos de canjica, com pitadas de canela em pó adormecidas. Quando amanhecia o dia olhava-se para as cinzas da fogueira e corria-se para comer um prato do delicioso prato. Após alguns minutos saíamos à procura dos restos de fogos para se aproveitar o barbante com o qual se fazia arapucas.
Geralmente tinha gente de fora e papai conversando a vontade na sala e de vez em quando uma xícara de café para os convidados. Às crianças sobrava esbregue, carão e beliscão, pois sempre estavam erradas. Criança não podia falar e nem manifestar qualquer opinião, mesmo detentora de razão.
Chegavam Geraldo de Zita e o povo do Papagaio; a família de Aleixo Joaquim também marcava presença. Seu João Cazé e seu Tezinho, de Cacimba de Baixo, que não de bicavam, geralmente só apareciam dia de São João.
Seu João Casé só comia farofa e ovo cozido, mas não dispensava umas espigas de milho assado e seu Tezinho só comia caldo de feijão com farinha.
Para a festa de São Pedro, de vez em quando, tínhamos a presença da família de tio Lindolfo, de Frei Miguelinho, para completar a alegria. Uma vez ou outra, se matava um bode e comia-se a uma deliciosa buchada.
A hora do almoço era um momento sublime: meu pai, à cabeceira da mesa, convidava um por um a se sentar e comer pirão e beber uma aguardente Serra Grande, a de casco branco. Só servia de fosse Serra Grande de casco branco. A conversa seguia sobre vários assuntos, mas acabava sempre sobre São João do Cariri. Era que para Hermes Ludugero de Farias qualquer coisa só era boa e verdadeira se fosse de São João do Cariri.
E assim, de lembrança em lembrança vai se formatando na mente as festas juninas de Serra dos Bois que eram maravilhosas.

Antonio Martins de Farias

quarta-feira, 25 de julho de 2012

AASB em ação


                 
                           
                                   


 Em busca de melhorias para nossa comunidade, estivemos recentemente na cede do instituto agronômico de Pernambuco IPA em Recife, numa audiência com o diretor presidente do órgão, doutor Júlio Zoé de Brito, a associação esteve representada pelo presidente Geraldo Filho, o tesoureiro Jorge Gonçalves, os sócios Roberto Pontes e Renato júnior, além de  João Paulo representando a secretaria de agricultura e Zeca Coelho secretario de apoio e articulação do município. Uma iniciativa importante por parte da associação com apoio da prefeitura, que busca  alternativas diretamente na fonte onde os recursos são gerenciados. Foi um encontro bastante positivo, onde mostramos os problemas causados pela estiagem prolongada e discutimos soluções para os mesmos, o doutor Júlio, se comprometeu em levar os ofícios encaminhados pela associação ao comitê gestor da seca,  que se reúne semanalmente para discutir onde os recursos serão aplicados. Iniciativas desse tipo precisam ser desenvolvidas constantemente, mesmo que os resultados só venham á longo prazo, destacou Geraldo Filho.    

terça-feira, 10 de julho de 2012

O Bode Pajeú




Um morador de Serra dos Bois gostava de novidades e certa vez resolveu criar cabras raçadas, cabras de orelhas grandes. Na inauguração do grupo escolar do Riacho Doce, ele pediu um bode emprestado ao senhor Frascisquinho Heráclito, sendo prontamente atendido.
  Na sexta-feira seguinte o tomador do bode emprestado foi ao Gravatá do Ibiapina e trouxe o caprino para Serra dos Bois. Logo constituiu Theobaldo como depositário fiel do tal bode. À noite, cansado da viagem que fizera, de aproximadamente, três léguas, ou dezoito quilômetros, o animal não quis saber das cabras, no chiqueiro. Não se ouviu um só bodejar do animal à noite. As cabras logo desconfiaram do novo marido.
Mochinha, uma cabra preta, que fora emprestada por João Joaquim para criar Theobaldo, já era uma cabra velha; uma coroa cabra, ou uma cabra coroa. Tenha naquela época uns 15 anos, mas ainda dava seus pulinhos, mesmo não sendo milho de pipoca.
O bode era bonito; de cor variada. Era um bode lavrado, cheio de cores brancas e vermelhas, parecia que imitava as camisas do Bolinha, àquele que animava programas de auditórios, nas décadas de 70 e 80, do século passado.
No rebanho tinha cabras de todas as cores e tipos e umas jeitosas; outras muito feias. Mesmo assim Pajeú, o bode, foi logo dando conta do recado. Marreca, uma cabra de cor roxa, era uma cabra muito jeitosa; de origem paraibana, muito boa de leite. Ela fora emprestada por Silva Borges para criar a irmã mais nova de Theobaldo. Pajeú logo se aproximou dela e em poucas horas já namoravam. Marreca foi logo dizendo às amigas que Pajeú era gostoso e cheio de charme. Isso criou um clima de ciúmes e muitas brigas; só ouvia chifre com chifre. Mochinha, a mais velha entrou na briga para separar as brigonas. Deu um berro e foi logo dizendo:
-Minhas amigas cabras, Pajeú não é de nenhuma de nós. Ele é de todas ao mesmo tempo. É como o galo que é marido de todas as galinhas e só canta no poleiro quando não tem raposa por perto. Quando a raposa chega ele é o primeiro a correr. Assim é Pajeú.  Eu sou a mais velha e já tive muitos bodes na vida. Teve Mirinó, que era um rapaz alegre e só queria saber dos cabritos e fiquei na pior. Quem me salvou foi o bode de Arnóbio.
 As cabras de acalmaram. Cabeluda que era uma cabra muito boa de leite e experiente foi a única que não teve problemas com Pajeú e manteve a linha. Afinal, era uma cabra elegante, firme e até sabia andar de pata alta, para não dizer sapatos. Cabeluda era tão boa que sabia andar de pata alta. Os bodes não tinham problemas com ela.
Passado alguns meses e nada de nascer cabrito de orelhas grandes. Só nascia cabrito com as orelhas pequenas. Assim se ficou sabendo que Pajeú não emprenhava as cabras, mas sim um bode preto de Arnóbio. Com raiva, Após isso Pajeú foi devolvido ao Cicero, antigo vaqueiro de seu Frascisquinho Heráclito. E nunca mais viu as cabras de Serra dos Bois. Deve ter sentido muita saudade, pois quando ele foi embora prometeu que voltava e nunca mais voltou.

Por: Antonio Martins de farias.