quinta-feira, 21 de junho de 2012

Festança


                                                    
Alô nação forrozeira, sexta dia 29 em Serra dos Bois, tem bidinga do acordeom, pra lá de bom

LEMBRANÇAS DE GRAVATÁ DO IBIAPINA



Desde criança me acostumei a amar este lugar. Sendo filho de Serra dos Bois, mas com toda família residindo neste Distrito, fui assumindo o jeito de ser de Gravatá. Tia Luíza, 
tia Nina, tia Maria e tia Ló e tio Zé são àquelas pessoas que mesmo que quiséssemos não poderíamos esquecê-las. Ainda têm as que não nos aproximamos, mas guardamos saudades porque foram importantes para todos.
Em dia de feira em Gravatá do Ibiapina, era um encontro de pessoas das mais variadas gerações. Quando criança acompanhava meus pais e aprendia muito com o convívio deste povo. Lembro, por exemplo, de Antônio Paca, vendedor de doces; de Zé Cego, que arrumava os bancos de feira e limpava as ruas. Tivemos também seu João da Luz, sapateiro que nos vendia alpercatas. Tinha também Sebastião Fogueteiro, fazedor de fogos e girândolas nas noites de festas de Nossa Senhora da Conceição. 
Conhecíamos Zé Pereira, o vereador, Rosendo Leandro, Antônio, e Joaquim Inácio. Seu Brazinha e seu Tomaz, Severino Tomaz e seu Deda Clemente. A família Bento. Seu Mocinho e seu Amaro Galdino, Dr. Gilberto e Dr. Jaime.
Sou do tempo que em Gravatá tinha o Hotel de dona Mariquinha e o de Elói. A bodega de João Benvenuto, ou “João Carestia.”. A bodega de Rozendo e Inácio de Alfredo.
Assistir à construção da sede da Banda de Música, com Zé Procópio e Gilberto de Zé Pereira. Dê Cumaru, Rodolfo e muito outros.
Tempo em que Luzia ganhava a vida com seus jumentos carregando água e abastecendo as casas dos Moradores. Tivemos seu Doquinha, que era o responsável pelo motor de Luz, antes da luz elétrica, inaugurada pelo então Governado Paulo Pessoa Guerra, cuja gestão municipal era ocupada pelo prefeito Antônio Andrade.
Havia ainda compradores de algodão: Zé Pereira, Dozinho Bernardo e Luiz Amaro, este oriundo de Toritama. Os barbeiros: Eneias, Zé Soares e Amaro.
            Como delegado ou xerife o soldado Zé Antônio, que prendia toda sexta-feira os bêbados, que geralmente não faziam nenhum, mas, por precaução. Seu Graçu, vendendo peças de couro.
            Personagem interessantíssima era um pedinte, que saia de Caruaru ia até Campina Grande e quando voltava fazia a feira de Gravatá. No final do dia ela ficava, na subida do alto, pedindo e quando alguém dava alguma coisa ela fazia uma poesia em agradecimento. Toca um chocalho. Era uma artista.
            Enfim lembrar-se do tempo de minha infância em Gravatá do Ibiapina não tem fim.
Por: Antonio Martins de farias

quarta-feira, 20 de junho de 2012

BRINCANDO

                               Brinquedo de Crianca . . . - Araxa, Minas Gerais
Theobaldo era um menino triste e solitário, apesar de ter nascido numa família de seis irmãos. Por causa disso, talvez, ele desde cedo aprendeu a brincar só. Suas brincadeiras prediletas era construir em sua mente, grandes fazendeiros, grandes políticos e soldados valentes que enfrentavam cangaceiros. Na infância de Theobaldo só existia ladrão de cavalo. Teve um chamado Zé Gordinho, lá pelos lados de Surubim, que não tinha cavalo que ele não furtasse ou roubasse. Foi uma dificuldade para a polícia o prender. Teve também, seu Octaviano, este se dizia ser do sítio Bandeira de Santa Cruz do Capibaribe. Chegou a Serra dos Bois, se hospedou na casa de Arnóbio, vendeu suas miudezas e numa noite de lua cheia, chegou às areias e furtou todas as ovelhas de Arnóbio, Aleixo Joaquim e Pedro Lino. Foi vendê-las na feira de Santa Cruz.
As vacas da fazenda de Theobaldo eram de ossos de animais que morriam. Os ossos menores representavam as vacas e os maiores, os bois. Seus currais ficavam sempre cheios, parecendo uma fazenda verdadeira de nelore, ou seja, todo seu plantel imaginário era formado de vacas e bois brancos.
As fazendas eram repletas de personagens conhecidas da região. Geralmente seus vaqueiros eram Didi Carneiro, Givaldo Farias, Pedro Paca e Odílio Borges. Todos vaqueiros tornavam-se donos das fazendas para as quais trabalhavam. Uma reforma agrária a seu modo e ao seu tempo. Seu Abidon era o dono da fazenda Açude Novo. Seu Zé Cocó era dono fazenda Boa Vista.
Personagens políticas também constavam nos sonhos de Theobaldo. Seu próprio nome derivava de um filho de um fazendeiro de São João do Cariri. É que sempre ouvia que o filho de fulano, Theobaldo é grande, estuda em Campina Grande. Sempre os filhos dos vizinhos eram os que faziam sucesso.
Nos sonhos de Theobaldo entrava a construção de igrejas, estradas, açudes e pontes. Seus engenheiros tinham a audácia de seu Tezinho e seu Antônio Paulino.
Em suas cidades os réus nunca ficavam presos, pois o sofrimento da pobreza já era uma a pena muito grave. Os advogados sempre encontravam uma solução para os casos complicados. Não havia pena de morte, na Constituição que Theobaldo promulgou, através de seus constituintes originários. Nesta Constituição tinha um artigo que previa que nunca poderia haver pena que fosse maior do que a fome e a falta de atenção às crianças. Nesta Constituição só havia esperança, além do que não comportava emendas que tirassem o direito de brincar, sonhar e viver feliz.
Antônio Martins de Farias

É festa em Serra dos Bois



A festa do padroeiro São Pedro em serra dos Bois município de Taquaritinga do norte  este ano,  será de 28 de junho a 01 de julho, haverá celebração da santa missa todas as noites com o Padre Joaquim Lino de Castro Neto, além de bingo e leilão, no domingo dia 01 de julho as 16 horas acontece a procissão com a imagem de são Pedro e missa campal encerrando a festa religiosa.   Na festa de rua teremos na quinta-feira dia 28 quadrilha e muito forró com trio badhigão, na sexta-feira dia 29 teremos forró serrano e show com Bidinga do acordeom, no sábado dia 30, à partir das treze horas  tem chegada de lenha  e  a noite a festa fica por conta do homenageado  no são João de Taquaritinga este ano, o forrozeiro Pedro de Bilau e depois show com jota gomes o cawbói  do forró, participe você é nosso convidado especial. Apoio Prefeitura de Taquaritinga do Norte e seturde. 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A PRIMEIRA COMUNHÃO



                             
Padre Basílio, personalidade que teve importante participação decisiva para formação da religiosidade do povo de Taquaritinga do Norte, na década de 70 foi o responsável pela primeira comunhão de primeira comunhão. Embora o evento tenha sido de muita importância para minha vida, foi também um ato de sofrimento, medo e aprendizado.
Seu Pereira, conhecido como um grande empresário no ramo de cimento e tecelagem, todo ano doava tecidos para os pobres, foi o culpado. Tal culpa já perdoada, deveu-se ao seguinte fato: a quantidade de pano que ele dera-nos era suficiente para fazer roupa só para uma pessoa, mas como eu sou gêmeo, minha mãe queria que eu e minha irmã fizéssemos a primeira comunhão ao mesmo tempo. Daí encomendou a sua comadre que fizesse um vestido bem comprido para Maria e o que restasse fizesse uma calça e uma camisa para mim. A camisa, num concurso de moda, receberia nota dez, mas a calça: nem era curta nem comprida; ficou do joelho para baixo um palmo. Era pouco pano. Fato é que fiquei muito feio com ela. Melhor seria que não tivesse sido feito a primeira comunhão.
A cerimônia foi realizada na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Gravatá do Ibiapina. Era um dia de sol escaldante, a seca se fazia presente e o mundo estava cinzento. Os facheiros estavam quase secando e o mandacaru ainda não despontava sua flor. De verde só se via as folhas do pé de baraúna que ficava atrás das ruas de Gravatá do Ibiapina e dos avelós que faziam os corredores das estradas. Perto do açude Velho. O açude Novo estava seco.
Não se sabe o porquê de se fazer uma primeira comunhão naquele tempo. O aviso foi feito às pressas. Em poucos dias a notícia correu por todos os sítios próximos a Gravatá do Ibiapina. No dia marcado, havia meninos e meninas de todos os lugares: do Riacho Doce, do Bandeira, da Pororoca, do Jaburu, do Açudinho, do Ferraz. Além de Pedra Preta, Jerimum, Algodão, Situação, São Paul, Minguaiú. Era menino que não acabava mais.
A reunião foi marcada na casa de seu Brazinha, um homem muito educado e calado que morava em Gravatá e que tocava tuba, na banda Padre Ibiapina. Lá foi decidido pelo padre Basílio, que todos tirassem os sapatos. É que ninguém tem culpa de ter nascido pobre, ou seja, uns tinham sapatos e outros alpercatas. Assim, instalava-se o preconceito. Tirando os sapatos nos igualamos.
Ao sair da casa de seu Brazinha, me incumbiram de levar uma espécie de tocha. Ou até mesmo um cetro, daqueles que os atenienses usavam para se fazer presentes às reuniões.
O meu temor era me confessar. Minha mãe dizia-me que tinha de contar todos os pecados. Só que com 10 ou 12 anos de idade, não tinha pecado. Aí, foi que se complicou porque eu inventei muitos pecados: eu matava cangaceiro, cobra coral com estilingue, cegava onça com tiro de espingarda de chumbo e montava em burro bravo sem cabresto e não caia. A sorte foi que padre Basílio, sabendo que nós não devíamos a Deus, resolveu fazer uma confissão comunitária. Nesta, ele disse uma coisa que serve-me como baliza. Disse o padre: “Não façam nada escondido dos pais de vocês, pois dos seus pais, vocês conseguem esconder, mas não poderão jamais esconder de Deus.”.
Depois da comunhão fomos levados à casa paroquial. Lá, nos serviram muito café e muito bolo. O grande problema foi que eu para ficar com as mãos livres para o lanche entreguei minha vela a uma moça dos Bentos. Bento era uma família de muito prestígio em Gravatá do Ibiapina.
Nada demais com por isso. Ocorre que minha mãe tomara emprestada a fita que amarravam minha vela. Esta fita era uma espécie de relíquia. E me ordenou que eu tomasse conta e cuidasse da tal fita, pois tinha que devolvê-la a tia Lieta. Ocorre que quando terminei de tomar café, avistei a moça com uma vela toda quebrada e uma fita nova. Eu fiz um escândalo. Queria uma vela nova e certa, não uma vela torta e emendada. Deram-me uma vela nova, só que a fita também o era. Quando cheguei a casa é que me dei conta de que tinha cometido um pecado. Não trouxe de volta a fita emprestada. Como sofri por causa da fita. A vela foi doada a Nossa Senhora e a fita foi para as Barrocas. Hoje, deve estar bem encardida como a que eu usei na primeira comunhão.

 Antonio Martins de Farias


terça-feira, 5 de junho de 2012

Secretaria de Agricultura de Taquaritinga do Norte busca soluções para o homem do campo


A Prefeitura de Taquaritinga do Norte através da Secretaria de Agricultura e Pecuária sempre preocupada com o homem do campo realizou com alguns agricultores na última semana, uma visita à cidade de Venturosa para conferir uma propriedade com três variedades de palma: Doce, Baiana e Mexicana, todas testadas pelo IPA e pela EMBRAPA que demonstram grande resistência a cochonilha, doença que vem acabando com a palma na região do Sertão Pernambucano e Paraibano.
 Segundo um dos proprietários da fazenda visitada e zootecnista a palma comum está com os dias contados. “Não acreditávamos que esta praga chegaria à nossa cidade tão rápido, mais graças a nossa organização conseguimos reverter um pouco o quadro, diferente do que está acontecendo em Taquaritinga onde a Prefeitura já está antenada, mesmo antes da praga ter chegada a cidade e já busca alternativas para ajudar o homem do campo”, destacou.
 Após a explanação os agricultores norte taquaritinguenses puderam conferir a melhor variedade de palma que se adapta ao nosso solo e já negociaram com os proprietários uma quantidade de sementes por um preço menor que o de mercado, pelo fato da união entre todos os agricultores de Taquaritinga.“Agora é só esperar a confirmação do dia para irmos buscar as sementes. Cada agricultor poderá adquirir quinhentas sementes ou mudas de palmas, desta forma iremos atender cerca de cem agricultores nas mais de vinte associações ou comunidades rurais da Dália da Serra já visando a multiplicação destas sementes dentro do município numa forma de prevenção contra a praga e numa estratégia de garantir alimentos para os rebanhos nos períodos de grandes estiagens”, completou o Secretário de Agricultura Júlio Cezar.
Fique por dentro:

Cochonilha - Praga da palma forrageira

O QUE É A PALMA FORRAGEIRA?É uma planta originária do México, da família das Cactáceas, também conhecida por palmatória e usada na alimentação do gado, principalmente, nos períodos secos.

O QUE É A COCHONILHA DA PALMA FORRAGEIRA?É um pequeno inseto conhecido como piolho ou cochonilha da palma que infesta as raquetes com suas colônias protegidas por escamas de coloração marrom clara ou areia, modificando completamente o aspecto da palma.

QUAL O DANO QUE A COCHONILHA CAUSA À PALMA?Ela suga a planta para se  alimentar,enfraquecendo a mesma e provocando o amarelecimento e morte das raquetes.Se nenhuma medida de controle for aplicada, a praga destrói toda a palma.

                            


                           


                           

   


                          


                           




sexta-feira, 1 de junho de 2012

Bons momentos, turismo rural


No ultimo fim de semana, tivemos o prazer de receber mais uma vês em nossa comunidade, a agradável visita do nosso primo Renato Lucena, acompanhado pela esposa, filhos noras e netos, chegando no sábado  dia 26, durante todo dia visitaram parentes e amigos a noite apreciaram uma   cervejinha bem gelada e um delicioso churrasco na brasa, junto com os amigos bateram um papo saudável e curtiram nosso gostoso clima, que nessa época do ano fica abaixo dos 20 graus. No domingo dia 27 acompanhados pelo amigo e guia Geraldinho, subiram a serra do cangaceiro fazendo a mesma trilha percorrida pelo bando do cangaceiro Antônio Silvino que de 1900 a 1913 atuava nessa região e se abrigava em trincheiras de pedra no topo da serra. Durante todo percurso da trilha,  viram de perto arvores centenárias e plantas medicinais usadas pelos nativos, chegando ao mirante no topo da serra a mais de 500 metros acima do nível do mar, ficaram encantados com a exuberância da natureza, com a linda vista da região que abrange os estados de Pernambuco e Paraíba e com as furnas onde os cangaceiros se abrigavam, tiveram a sorte de encontrarem cachos  de coqueiro  Catolé, uma arvore nativa que seus frutos quando maduros servem de alimentos pera abelhas, pássaros, mocós e saguins e quando secos, servem como matéria prima para  a confecção de rosários. Durante o passeio, fizeram questão de fotografar todos os momentos e se comprometeram em  ajudar no desenvolvimento turístico e cultural da nossa querida Serra dos Bois.
 

      Renatinho ao lado do pai, Renato Lucena
 
                             No topo do mirante
 
                              Abraçando a paisagem
               
                      Renatinho observando a natureza
 
                                                  Renato registra tudo
 
                               Em meio as pedras                                  
 
    Um dos abrigos dos cangaceiros
 
 Macambira de serrote, seu pendão serve como cajado na ornamentação de interiores                    

                                 Coco  Catolé