sexta-feira, 27 de maio de 2011

Cangaçeiro Antônio Silvino o rifle de ouro



Visita a Pedra lavrada Paraiba em 1912
Pedra Lavrada pode não ter tido o delegado mais valente do mundo, mas já teve o mais “hospitaleiro”, João Jerônimo da Costa. Tratava o cangaceiro Antônio Silvino com a maior deferência do mundo. Era o cicerone de “Fuzil de Ouro” nas duas vezes que ele visitou a cidade, levando-o de casa em casa e apresentando-o às pessoas mais importantes e prestando continência ao bandoleiro. Aí é o que se pode chamar de desvio de função! Aquela autoridade local era para proteger a cidade dos cangaceiros, mas convivia pacificamente com os facínoras.

Em 1912, o casal D. Ernestina Carrilho de Oliveira, D. Doninha, e Manoel Júlio Rodrigues de Lima, ambos de Catolé do Rocha, moravam em Pedra Lavrada. Eles tinham um pequeno hotelzinho na cidade. D. Doninha era, e ainda hoje é lembrada pelos netos, como a pessoa mais ignorante, estúpida e inconsequente deste mundo de meu Deus. Nunca levou desaforo para casa. Fazer pergunta descabida ou dar palpites fora de tom ou da hora, era pedir para ouvir o diabo de D. Doninha. Era valente mesmo e não abria para um trem não. Manoel Júlio, um neto, diz sobre ela: “Minha vó, Mãe Doninha, era danada. Não se sabe como se vem ao mundo daquele jeito não – e rindo termina – ou velha ruim danada!” Agora que era direita e honesta, era. Essas duas virtudes chegaram nela e pararam.

Nessa primeira visita de Antônio Silvino à cidade, D. Doninha enviuvara e tocava o hotelsinho, sozinha. Antônio Silvino chegou acompanhado do delegado João Jerônimo no estabelecimento de D. Doninha por volta da nove horas da manhã. O delegado fez a apresentação:

- D. Doninha este é o capitão Antônio Silvino. Capitão, esta é D. Doninha, a mulher que faz o melhor arroz doce do mundo que lhe falei. 
Silvino olhou o arroz doce e disse: - Vou comer do seu arroz, coloque dois pratos. D. Doninha colocou dois pratos cheios de arroz na mesa.
O Cangaceiro olhou-a e ordenou: - D. Doninha pode começar comer o seu!
D. Doninha perguntou: -O que? Comer o quê homem?
Respondeu o bandoleiro: -Não ouviu bem, D. Doninha? Mandei comer do arroz.  
- Eu só como quando quem prepara minha comida come primeiro.
D. Doninha lhe respondeu alto e bom som:  
- Pois não vai comer não ou coma se quiser. Eu já comi hoje de manhã e só como na hora certa e quando quero. A essa hora não como nada e não tem quem me faça comer à força!
O impasse estava criado.

Foi quando o delegado engolindo em seco balbuciou pisando macio que só cabra procurando penico cheio com o pé em noite escura: “Caaapiitão, o seeenhor esesestá diante e uma das mulheres mais direeeita da reeegião. Se ela diz que não vai comer, não comerá mesmo. - Eu confiiiiiio nessssta mulheeeeer. Diga qual é o meu prato dos dois, Capitão, que comerei por ela. Esssta coomiidaa não tem veneno não!

O Capitão Silvino trocou os pratos, deu um ao delegado e os dois homens começaram a comer.

Comeu, gostou e elogiou o arroz doce depois disse: - D. Doninha a senhora tem muito dinheiro!
D. Doninha responde-lhe: -Tenho. Posso não ter o valor que lhe disseram, mas tenho dinheiro.
Silvino continuou: - D. Doninha a senhora tem 200 mil réis para me dar?
E a senhora disse: -Tenho sim. Enfiou a mão num bolso de um avental e puxou uma nota esverdeada e grande, uma nota de 200 mil réis.  
Tome! estendeu-lhe a mão com o dinheiro D. Doninha.
Foi quando o cangaceiro, disse balançando a cabeça: - Não, não Dona eu não recebo dinheiro de criança, nem de mulher e muito menos de viúva...
Aí foi quando D. Doninha rodou a baiana, e disse: - Capitão Antônio Silvino, se experimenta fumo, mulher de verdade não!

O Capitão Antônio Silvino saiu rindo e dizendo ao delegado: - Tudo como você me falou. O arroz doce é o melhor do mundo e D. Doninha é a mulher mais malcriada ou valente que já conheci.

por:Clodoaldo Mélo

quarta-feira, 25 de maio de 2011

prefeitura de Taquaritinga formaliza pleitos a SETUR

 


O potencial turístico de Taquaritinga do Norte e as perspectivas que a exploração racional dessa atividade pode trazer para a Dália da Serra foram os temas abordados em uma audiência do prefeito Evilásio Araújo com o Secretário Estadual de Turismo Alberto Feitosa, com o Secretário Executivo Hamilton Falcão e com André Correia, Presidente da EMPETUR, ocorrida na Secretaria de Turismo, em Recife, na última terça (24/05).
O Prefeito destacou a necessidade de investimentos em obras de infra-estrutura turística, de sinalização, qualificação de mão de obra e também de um plano de ações que pudesse contribuir com o aumento do fluxo turístico municipal, obtendo estes pleitos o interesse do Secretário Alberto Feitosa, que demonstrou estar muito receptivo em consolidar esta parceria e fomentar ações em prol do desenvolvimento turístico de Taquaritinga do Norte. “O Prefeito Evilásio mostrou muita determinação e coerência em seus pleitos e tenho certeza que, juntos, iremos fazer muito por Taquaritinga”, declarou o Secretário Alberto Feitosa.
Acompanharam o Prefeito o Vereador Ronaldo Veiga, o gerente de convênios Elisberto Costa e Josy e George, assessores da Secretaria de Turismo de Taquaritinga. Na programação também ocorreu uma reunião com a Diretora de Estruturação do Turismo Jane Mendonça e uma visita técnica a ASTUR- Associação dos Secretários de Turismo de Pernambuco.

Assessoria de Imprensa - PMTN

segunda-feira, 23 de maio de 2011

90 anos de história - Nestor Borges

Seu Nestor, aniversariante de 90 anos...
Filhos Antônio e Lulu, amigo Claudio e o aniversariante seu Nestor
Almoço em comemoração ao aniversário de seu Nestor, reunião de família e amigos

O dia 11 de maio de 2011 foi especial para o senhor Nestor Borges da Costa, que comemorou 90 anos de idade com muita saúde e lucidez.
A comemoração aconteceu na cidade paraibana de Barra de São Miguel, onde reside atualmente. Seu Nestor é o último de uma família com mais de dez irmãos.
Filho de João Borges e Joana Borges, nasceu no sítio Barrocas, município de Barra de São Miguel que faz fronteira com o sítio Serra dos Bois, município de Taquaritinga do Norte, Pernambuco.
Casado com Maria Lieta de Farias, conhecida carinhosamente por tia Lieta, por ser muito carismática. Juntos tiveram cinco filhos, Antônio, Graciete, Amaro, Geni e Aluízio, o popular Lulu.
Seu Nestor demonstra ser muito lúcido, e lembra com riqueza de detalhes as histórias do cangaceiro Antônio Silvino, que se hospedava em Serra dos Bois com freqüência e que era o seu principal refúgio no município de Taquaritinga do Norte.
Seu Nestor era genrro de dona Otília, que era filha de Ludugero Aleixo da Cunha Porto, grande amigo e principal hospedeiro do capitão Antônio Silvino, como respeitosamente chamavam o famanás. Daí, o motivo de ter guardado na memória estas histórias ouvindo sua sogra com atenção. Um detalhe é que dona Otília mesmo muito jovem, era pessoa de confiança do cangaceiro, e só ela, lavava suas roupas e colocava comida.
Antônio Silvino a presenteou com um colar que por sinal foi usado por sua filha Maria Lieta, esposa de seu Nestor.
Com o falecimento da esposa e ainda um pouco jovem, casou-se pela segunda vez com dona Maria das Neves. E por vários anos morou na mesma fazenda onde criou sua família. Anos depois mudou-se para a Fazenda Pedras Altas, pertencente a família de dona Neves, e lá residou por algum tempo, posteriormente mudou-se para a pacata cidade de Barra de São Miguel, até que por ironia do destino, ficou viúvo pela segunda vez.Hoje vive na agradável companhia de sua filha Graciete que será seu anjo da guarda
 até o fim. 
Parabéns seu Nestor que Deus prolongue seus anos com muita saúde. São os votos dos amigos e vizinhos de Serra dos Bois.

Ofício enviado a CELPE

A Associação de Agricultores de Serra dos Bois, através do seu representante legal Geraldo Francisco Barbosa Filho, protocolou ofício no escritório regional da Celpe localizado na cidade de Caruaru, requerendo melhorias na rede elétrica da comunidade. Na ocasião o presidente da AASB foi recebido pelo gestor senhor Luizades Lins Lopes, que após uma boa conversa, se comprometeu em mandar fazer uma análise do problema e consequentemente tentar saná-lo.



Certificado de participação

Este é o certificado de participação de uma das representantes da AASB na Oficina de Descentralizada "Drogas: Desafios e Possibilidades" ocorrido em Taquaritinga do Norte nos dias 30 e 31 de março deste ano. 
A AASB foi representada pela secretária Claudenice - Pedagoga, pós-graduada em Supervisão e Orientação Educacional, e Maria Aparecida do Nascimento - Assistente Social, pós-graduanda em Saúde Pública. Ambas afirmam ter sido um evento de grande contribuição por referir-se ao tema tão atual como é o caso das drogas no Brasil. E convidam os demais membros da associação e da sociedade em geral para que participem destes tipos de eventos, é uma forma de reconhecer fenômenos que acontecem na sociedade, mas que não são trabalhados por puro preconceito (conceito pré formado), sobre os assuntos.

SE EU FOSSE O BOI MULATINHO

bufalo touro



Se eu fosse o boi Mulatinho, há esta hora, estava passeando pelo Riacho da Tapera e comendo quixaba à sombra de um pé de quixabeira; dormindo um sono, ao meio dia, à sombra de um pé de juazeiro.

Se eu fosse o boi Mulatinho, há esta hora, estava andando em direção de Serra dos Bois, com o intuito de me encontrar com as vacas malhadas de seu Oliveira; e de volta à fazenda de seu Agnelo Pedrosa passar pelo Serrote do Maracajá para ouvir o cântico das seriemas e dos papagaios.

Se eu fosse o boi Mulatinho há esta hora à noite, ouvindo o assobio das caiporas no roçado de tio Bernardino, além de assistir a passagem do lobo guará em direção a serra de Manoel Manso, depois de saciar sua fome comendo os sapos das salgadas cacimbas e dos riachos.

Se eu fosse o boi Mulatinho, há esta hora, estava deitado como se estivesse numa rede vendo o sol se pôr e ouvindo o cântico das juritis nos pés de avelóz.

Se eu fosse o boi Mulatinho, há esta hora, ia bem devagarzinho, andando pelo corredor de Otávio, em direção ao Bandeira, para dançar a noite toda, um gostoso forró na casa de dona Jacinta ou na casa de seu João Adelino.

Se eu fosse o boi Mulatinho, há esta hora, ia à Pedra Preta assistir à novena de São José, na casa de Céu, pois quem sabe se só assim ia para o Céu?

Se eu fosse o boi Mulatinho, há esta hora, estava sentado à beira de uma fogueira de São João, comendo milho assado e batata doce; soltando fogos de milagres nos Céus de Serra dos Bois e mostrando ao Pai o quanto sou grato pela vida que ele me deu!

Se eu fosse o boi Mulatinho, há esta hora, estava agradecendo ao Pai por ter nascido em Serras dos Bois.  

Se eu fosse o boi Mulatinho, há esta hora, estava aqui sozinho no computador, escrevendo a saudade e plantando um bem que ninguém me tira: a saudade de Serra dos Bois!

Se eu fosse o boi mulatinho, há esta hora, estava sentado na sombra do pé de trapiá para ouvir o cão latir pedindo angu e Dina nem aí para ele. Dina não negue angu ao cachorro de Paulo.Se eu fosse o boi mulatinho, estava agradecendo a seu Augusto Ferráis  pelas orações feitas, para que, os vaqueiros não o pegassem, nas pegas de boi da fazenda de seu Aguinélo Pedrósa.
Por:Antonio Martins
     

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Nossa fauna,gato maracajá

Gato Maracajá 06
Características: é muito parecido com a jaguatirica, embora menor, e de cauda mais longa. Os hábitos são solitários e predominantemente noturnos. Esta espécie é extremamente adaptada à vida arbórea, com pernas traseiras muito flexíveis, o que lhe confere grande agilidade para subir até em galhos bem finos. Pode ser encontrado em plantações como coqueirais e cafezais. Está ameaçado de extinção.
Habitat: predominantemente em florestas, inclusive nas matas de galeria do cerrado.

Alimentação: roedores, aves, mas também frutas e sementes.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

As areias de Serra dos Bois patrimonio da comunidade


Um Pequeno ParaísoPlanícies Orientais / Fot. Kleper

Segundo o dicionário eletrônico aulete areia é um conjunto formado por minúsculos grãos produzidos pela erosão ou fragmentação de rochas graníticas, siliciosas ou argilosas, que cobre geralmente praias, leitos de rios, desertos etc.
Sem dicionário as areias é um lugar onde existia o encontro das ovelhas de Aleixo Joaquim, Arnóbio, Otavio Ramos e demais criadores de ovelhas. Lá também havia o encontro de égua e cavalos; jumentos e jumentas e vacas com touros. Muitos amores lá nasceram. Amores animalescos, pois de gente não dispõe-se de dados para afirmar tal propósito.
Nas areias também havia o encontro de moradores de Pedra Preta, Bandeira e Serra dos Bois que, pela manhã, corriam em busca de um caju maduro e algumas castanhas para assar e comer com angu.
As areias, como a conhecemos, é um lugar que quando a chuva chega ao sertão logo nasce capim. É um verde que encanta e alegra o coração de qualquer mortal. Parece que ela é patrimônio nacional, ou seja, de todos! Devido ao encanto que lá existe. À noite, as caiporas fazem a festa.  Alguns mais velhos afirmavam que se encontrava com almas penadas lá. Não há provas, mas não se duvide porque as areias parecem um pequeno paraíso.
Por: Antonio martins 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Bençãos do céu

Açude grande vista periférica
correnteza
represa
As chuvas em nossa região foram realmente uma benção divina, lindas lavouras como a tempo não se via, e pequenos açudes transbordando.E o açude grande construído em 1984 e que só este ano foi limpo graças a responsabilidade e competência do prefeito Evilázio Araújo e sua equipe.Com as primeiras chuvas já  atingiu 50% de sua capacidade.Se Deus quiser, este ano vamos ver este açude transbordando novamente, agora com uma capacidade de armazenamento bem maior disse o agricultor Bento Barbosa.

Taquaritinga 124 anos de emancipação

Taquaritinga festeja 124 anos

Monumento Bíblico foi entregue sob muita emoção
Taquaritinga do Norte- Conhecida por seu clima e sua beleza, a Dália da Serra encanta todos que nela chegam, e hoje o dia é muito especial. O município comemora seus 124 anos de emancipação política, e a cidade não poderia estar mais bonita, pois o clima nublado deixa um cenário lindíssimo. Pela manhã, aconteceu o Asteamento da Bandeira, e às 9hs o prefeito Evilásio Araújo inaugurou o monumento bíblico, num momento de muita emoção para os presentes.
Ao som da Banda Musical Dom Luiz de Brito, o evento contou com a presença de diretores e secretários, além de pastores evangélicos e do Padre Ivemar. Todos ressaltaram a importância do monumento bíblico para os cristãos e a palavra de Deus foi levada para os presentes. “A Igreja está neste município há 210 anos, e com o monumento bíblico, vamos a cada dia 30 do mês setembro realizar uma missa neste local”. Disse o Padre Ivemar.
O monumento é uma obra do artesão Eraldo Ramos que estava presente ao acontecimento. Outras personalidades que marcaram presença foram o promotor Iron Miranda dos Anjos, Zeca ex-prefeito, entre outros nomes importantes no município.  
Sem esconder a alegria o prefeito Evilásio Araújo falou dos avanços na cidade, e reafirmou a importância do monumento para os cristãos da cidade e os que visitam o município. 
Fonte:sulancanews 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Abidom Pereira


Na década de 50 chegou à fazenda Açude Novo um novo vaqueiro. Abdon Pereira da Silva, casado com D Beata. Trazia dois filhos, Ivanildo e Iraci e um destino. Destino de ser amigo de todos seus vizinhos e deixar saudade.Ao prefaciar a obra de José Lins do Rego, Josué Montelo, disse que José Lins do Rego fazia parte de seu patrimônio de saudade. Assim foi Abdon, fez e faz parte do patrimônio de saudade de Serra dos Bois, amada terra. Na fazenda de seu Oliveira nasceram nasceu o resto de sua família: Fátima, Antônia, José, Severino, Luiz e Lindalva.
Dona Beata, todos os anos tinha um filho e, por vontade de Deus, nem todos se criaram. Dona Jacinta, parteira das mais queridas, é que contava e marcava a data de nascimento dos meninos.
Seu Abdon, como nós o chamávamos, fazia amizade com todo mundo. Às vezes, criava arruaça; como em 1963, na comemoração da eleição de Antonio Andrade, na casa de Arnóbio, acabou com o forró ao se desentender com meu padrinho Geraldo.
Tinha seu Abdon, a mania de apelidar as pessoas. “Casca grossa”
era o mais comum. Seu Abdon gostava de uma branquinha e todo dia de feira só saia da cidade quando a última bodega fechava as portas. Ainda parava no Algodão e no jerimum para “a saideira”. Seu Abdon, com seu jeito especial de ser, deixou saudade. Foi a voz de um vaqueiro que se calou.

Por: Antonio Martins 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Relembrando a história

SAUDADE DE MINHA TERRA

SENHORA CONCEIÇÃO AGOSTINHO
SÁ CONCEIÇÃO
SERRA DOS BOIS
Para os que aqui foram criados na década de 50 a 70, foram conhecedores e presenciaram a vida dessa magnifica criatura, deficiente mental. Particularmente lembro-me bem dessa figura, por ela gostar muito de minha mãe (dona Lili ou tia Lili) e ir constantemente a nossa casa.
Conceição era uma devoradora de café; e álcool para passar no cabelo. Certa vez meus pais foram para o roçado, próximo à casa de meu avô materno (Aleixo Porto), ficando eu sozinho em casa. Tinha, por esta época mais ou menos seis anos de idade. Mesmo só fiquei brincando fora de casa, quando escuto o barulho de voz, era ela, Sá Conceição. Corri para dentro de casa, tranquei as portas e me enfiei debaixo da cama. Costuma-se em épocas passadas usarem taramela para fechar as portas. Qual não foi minha surpresa, ela forçou a porta da cozinha, e a mesma se abriu. Para meu desespero ela entrou falando sozinha: “Sá Marica não estar, Sá Marica não vem”, pois assim ela chamava minha mãe (Maria).
Entrou no quarto onde eu estava embaixo da cama, e onde estava a garrafa de álcool que já era de seu conhecimento, usou o álcool para passar no cabelo, e para meu terror ela levantou a barra do lençol, que forrava a cama, mas não me viu; para meu alivio. Em seguida foi à cozinha pegou o bule de café frio e tomou, e sempre falando: “Sá Marica não tá, Sá Marica não vem, vou embora”, e assim fez, puxando a porta e deixando-a encostada. Certeza tenho que não mexeu, nem levou nada.
Quantas vezes presenciei, bem à distância, ela destruir touceiras de lastrado (xique-xique), pés de faxeiro, pés de cardeiro (mandacaru), bancos de macambira, sempre dando a impressão que estava batendo em alguém.
Certa vez por muita insistência de sua parte (meses) com minha mãe (Lili) as duas foram ao açudinho para retirar mel de uma arapuá. Conta minha mãe que saiu de lá correndo com as abelhas em cima dela, largando Sá Conceição em guerra com as mesmas. Após algumas semanas passadas, ela aparece, porém minha mãe nota nada de anormal na pessoa dela.
Quem quiser e puder acrescentar mais fatos a esta historia.

Por:Joaquim Abidias da Cunha