quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
É NATAL
FELIZ NATAL E UM ANO NOVO CHEIO DE REALIZAÇÕES, QUE A PROTEÇÃO DO SENHOR JESUS ESTEJA SEMPRE SOBRE NÓS E A SUA PAZ SEJA NOSSO ESCUDO TODO DIA.
São os votos de todos que fazem a Associação de agricultores turismo e cultura de Serra dos Bois, a todos sócios e amigos.
Nossa Origem
Em destaque, o vaqueiro Bento Barbosa o melhor da região com seu sobrinho Daniel
Tramita no
Congresso Nacional projeto de lei estabelecendo que para se registrar um fato
histórico é preciso possuir o diploma de Historiador. Como não pretendo fazer
esse curso, que é um dos mias importantes, procurarei ser rápido e ligeiro para
contar a História de Serra dos Bois, partindo de um ponto de vista estritamente
oral, que me passaram meus ilustres conterrâneos, sem a preocupação de buscar
documentos que comprovem tais fatos. Afinal, apalavra viva que deixaram nossos
ancestrais é mais que suficiente para o registro de um povo e suas tradições.
Bem antes da
implantação da República Serra dos Bois já era povoada. É que Ludugero Aleixo
da Cunha Porto e seus irmãos ali fixaram residências e criaram seus filhos.
Especialmente Ludugero e Aleixo Porto, deixaram muitos descendentes que até
hoje povoam este lugar tão gostoso de viver; um lugar cheio de belezas naturais
e de história. Afinal, Antônio Silvino e seus capangas faziam do serrote de Mãe
Zita, sua morada ou esconderijo, hoje, conhecido como “Rota do Cangaço”.
Ludugero
Aleixo da Cunha Porto foi casado com Zita. Tiveram os seguintes filhos:
Bernadino, Lina, Francisca, Manoel, Otília, Maximiano, Aleixo, Josefa, Floro e
Abdias. Tio Bernadino se casou e foi morou no sítio Serra Verde, município de
Boqueirão. Sua família, hoje, reside no município de Taquaritinga do Norte. Tia
Lina se casou com seu João Joca, morador do sítio Gavião, município de Frei
Miguelinho, não teve filhos e passou o resto de sua vida em Serra dos Bois, com
sua irmã Josefa (tia Zefinha).
Tia Francisca se casou com seu Amaro França e formou
a Família França composto por: Luiz França; Ludugero França, João França, Maria
França, Zita França, Zuzinha França, Ana França e Doralice França.
Manoel
Ludugero se casou com dona Aurea e morou sempre em Serra dos Bois. Foi um bom
pai e teve muitos filhos. A maioria deles foi morar na Zona Canavieira; somente
Adélia e Native fixaram residência em Serra dos Bois.
Otília se
casou com Ananias Idelfonso de Queiroz, morador do sítio Gravatá Mor, de São
João do Cariri. Este casal construiu o núcleo da Família Farias em Serra dos
Bois: Hermes Ludugero de Farias, Manoel Ludugero de Farias, Lindolfo Ludugero
de Farias, José Ananias de Farias, Maria Lieta de Farias e Antônio Ananias de
Farias. Somente Antônio Ananias de Farias fixou residência na cidade do Rio de
Janeiro e é pai de Joel Antônio de Farias.
Maximiano
Aleixo nasceu em Serra dos Bois, porém foi morar em Caruaru e teve os seguintes
filhos Aluísio, João e Carlinda.
Aleixo foi morar em Caruaru e se casou com tia
Ernestina, pessoa quito querida de todos de Serra dos Bois. Tio Aleixo e tia
Ernestina tiveram muitos filhos; todos naturais de Caruaru, terra do Coronel
Ludugero, que não tem nenhuma relação com Ludugero da Cunha Porto.
Josefa, carinhosamente
chamada de tia Zefinha nasceu e morreu em Serra dos Bois. Era uma pessoa
extremamente católica e nunca se casou.
Floro Ludugero
da Cunha Porto se casou com tia Nina Duda e moraram muitos anos por cidades
vizinhas e também foi carreiro na Zona da Mata Pernambucana, mas terminaram
seus dias em Serra dos Bois, deixando Jorge seu filho, pessoa muito querida por
todos em Serra dos Bois. Jorge é um esteio em Serra dos Bois e construiu com
sua esposa Eva, filha de Ludugero França e Maria uma família sólida em Serra
dos Bois.
Abdias
Ludugero se casou com Maria Aragão, tia Lili e teve muitos filhos. Sendo que
somente Maria nunca quis sair de Serra dos Bois. Os demais moram na cidade do
Rio de Janeiro, Caruaru e Alcantil.
A raiz da
família de Serra dos Bois tem também os Lino: Joaquim Lino, pai de Aleixo
Joaquim, João, Manoel, Bibiana, Josefa e Sancha. Aleixo Joaquim se casou com
dona Maria, filha de seu Ananias Marcos, grande vaqueiro paraibano, que residia
na fazenda Carro Quebrado, município de São João do Cariri, PB. Aleixo Joaquim e
dona Maria, tiveram os seguintes filhos: Joaquim Lino Castro Neto, nosso
querido Padre Joaquim, Raquel, José de Castro, Zé Pequeno, Maria e Raimunda. Manoel
Joaquim foi casado com Maria de Aleixo Chico e teve um filho, José Joaquim,
hoje, morador de Gravatá do Ibiapina, casado com sua prima Maria de Julia,
esposa de Zé Pereira, nosso eterno vereador. Bibiana, Josefa e Sancha não
deixaram descendentes, embora Sancha tenha se casado com Pedro Lino e Zefinha
foi casada com o senhor Ricardo.
Sempre me
causou curiosidade a origem de uma personalidade muito falada em Serra dos
Bois: Tinuto. Acontece que sabia nada a seu respeito. E, uma agradável surpresa
quando Apolônio Aleixo, filho de Pedro Aleixo, do sítio Tanque Raso, Boqueirão,
PB, me confirmou que Tinuto era irmão de Ludugero da Cunha Porto, juntamente
com Pedro Aleixo e Ricardo Aleixo, esse morador do Riacho de Santo Antônio.
Tinuto deixou filhos, embora não possamos até o presente momento saber mais
detalhes a respeito de sua vida.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Zé França, o nosso Zé
Zé França é o primeiro a direita do monitor
José de França
Pontes, Zé França é uma das pessoas mais queridas de Serra dos Bois. Existe um
ditado, entre nós de Serra dos Bois, que Zé França e angu não faz mal a
ninguém. Fato é que nunca se soube de alguém que morreu por ter comido angu com
leite. Zé França é filho de seu Amaro França e tia Francisca, tia neném.
Fazendo parte da família França. Ele se casou com Severina Aragão, tia Bia,
como nós nos habituamos a chama-la. Teve um filho, Adão, que é casado e mora
também em Serra dos Bois. Nosso querido Zé França sempre teve preso ao
trabalho. Poucas vezes ia à feira, pois preferia ficar limpando o roçado ou
fazendo uma carvoeira. Gostava de criar gado, cabras e ovelhas. No início da
vida construiu uma casa perto do açudinho e, com o passar do tempo, mudou-se
para casa de pai Aleixo, para cuidar dos sogros, Aleixo Chico e Esmera.
Muito difícil
falar de Zé França porque ele não possui defeito, foi pouco namorador e não fez
nada de errado na vida. Apenas, contam que certa noite ele chegou a sua casa
muito assustado por ter presenciado uma alma no corredor de Pedro Lino. Sempre
calado, pouco se sabendo quando ele estar com raiva ou apenas calado. Embora,
um sorriso sempre sai. Ele sempre se apresenta muito educado para com as
crianças, afinal tem muitos afilhados e com os adultos também. É uma pessoa
servidora e só nasceu para fazer o bem. Católico praticante e nunca reclama das
adversidades da vida.
Zé França é
uma das pessoas de Serra dos Bois que merece o maior respeito e admiração. Ele
é parte de uma história de um povo que nasceu para brilhar e pautar sempre no
caminho do bem. Parabéns Serra dos Bois por ter como filho meu amigo José de
França Pontes – Zé França.
Por: Antônio
Martins de Farias
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Contos: A cabra fuxiqueira
Cabeluda era uma
cabra fuxiqueira. Ela era uma cabra boa de leite, dava de cinco a dez litros de
leite por dia. Só que não deixava as suas companheiras em paz. Era um leva e
traz daqueles. Toda noite tinha um quiproquó danado, porque Cabeluda chegava da
serra e contava tudo que viu e o que não viu em relação às outras cabras. Uma
vez, por exemplo, ela acusou Môchinha, uma cabra séria e muito respeitada na
comunidade dos bodes, de ter se envolvido com um bode de Severino Arruda. Ora,
todas as cabras sabiam que a fazenda Boa Vista faz divisa com a do Açude Novo;
sendo comum encontro de bodes e cabras de outras localidades. Mesmo assim
jamais se poderia acusar Môchinha de trair seu Pai de Chiqueiro, Mirinó; bode
que veio da Paraíba, com fama de bom de papo e de cavanhaque cheiroso.
No mundo dos bodes
não predomina a monogamia, assim sendo, um bode pode ter quantas cabras quanto quiser,
mas as cabras só podem ter um Pai de
Chiqueiro ou bode. Até no mundo dos caprinos há discriminação e preconceito, como na sociedade dos homens.
Chiqueiro ou bode. Até no mundo dos caprinos há discriminação e preconceito, como na sociedade dos homens.
Tinha noite
ninguém dormiu e nem remoía os caroços de imbu que se comia durante o dia na
Serra Lavrada e na Serra de Manoel Manso. No fim da tarde as cabras ficavam no
Riacho da Janela comendo quixaba e só no inicio da noite é que iam para o
chiqueiro. Não andavam em bandos. Primeiro ia uma e depois outra, até todas se
reunirem no terreiro, para bater um papo e por as conversa em dia, ocasião que Cabeluda,
a cabra fofoqueira, aproveitava para levantar falso em relação às outras. Ela,
geralmente, implicava com as cabras mais velhas. Só que tinha Cabra de Canga
que logo tomava as dores e lhe aplicava logo um par de chifres e Cabeluda
corria para o curral, na esperança do bode lhe proteger. A briga das cabras
formava um espetáculo a parte, quando um quadrúpede virava bípede e tacava o
chifre uma na outra. De vez em quando os chifres se enrolavam e elas rolavam
pelo chão. O Conselho das Cabras foi convocado e teve uma reunião
extraordinária, na sede social, que ficava no Roçado da Janela. A sede era uma
laje de pedra que ficava perto do riacho. As cabras reunidas decidiram que se
Cabeluda, a cabra fuxiqueira, não parasse com as fofocas, todas iam mudar o
destino de pastagem. Trocariam a manga de seu Oliveira pelo o serrote do
Papagaio, pelo menos lá, se juntavam às cabras de Luiz França, estas não faziam
fofoca, a não ser, de vez em quando, comer a palma do roçado de Seu João
Borges.
Coisas do
destino, porém mudaram todo o rumo, pois a cabra Cabeluda foi vendida para seu
Elias Marcos, de Pedra Preta, que lhe vendeu na feira de Santa Cruz do
Capibaribe. Deixando, assim, Cabeluda, a cabra fuxiqueira, de perturbar as
cabras que não gostavam de fuxico. Diga-se que a venda de Cabeluda provocou uma
tristeza profunda no mundo das cabras. Nunca mais o chiqueiro foi o mesmo sem a
cabra Cabeluda.
Por: Antonio Martins de farias.
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