segunda-feira, 9 de maio de 2011

Abidom Pereira


Na década de 50 chegou à fazenda Açude Novo um novo vaqueiro. Abdon Pereira da Silva, casado com D Beata. Trazia dois filhos, Ivanildo e Iraci e um destino. Destino de ser amigo de todos seus vizinhos e deixar saudade.Ao prefaciar a obra de José Lins do Rego, Josué Montelo, disse que José Lins do Rego fazia parte de seu patrimônio de saudade. Assim foi Abdon, fez e faz parte do patrimônio de saudade de Serra dos Bois, amada terra. Na fazenda de seu Oliveira nasceram nasceu o resto de sua família: Fátima, Antônia, José, Severino, Luiz e Lindalva.
Dona Beata, todos os anos tinha um filho e, por vontade de Deus, nem todos se criaram. Dona Jacinta, parteira das mais queridas, é que contava e marcava a data de nascimento dos meninos.
Seu Abdon, como nós o chamávamos, fazia amizade com todo mundo. Às vezes, criava arruaça; como em 1963, na comemoração da eleição de Antonio Andrade, na casa de Arnóbio, acabou com o forró ao se desentender com meu padrinho Geraldo.
Tinha seu Abdon, a mania de apelidar as pessoas. “Casca grossa”
era o mais comum. Seu Abdon gostava de uma branquinha e todo dia de feira só saia da cidade quando a última bodega fechava as portas. Ainda parava no Algodão e no jerimum para “a saideira”. Seu Abdon, com seu jeito especial de ser, deixou saudade. Foi a voz de um vaqueiro que se calou.

Por: Antonio Martins 

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