Desde criança
me acostumei a amar este lugar. Sendo filho de Serra dos Bois, mas com toda
família residindo neste Distrito, fui assumindo o jeito de ser de Gravatá. Tia Luíza,
tia Nina, tia Maria e tia Ló e tio Zé são àquelas pessoas que mesmo que
quiséssemos não poderíamos esquecê-las. Ainda têm as que não nos aproximamos,
mas guardamos saudades porque foram importantes para todos.
Em dia de
feira em Gravatá do Ibiapina, era um encontro de pessoas das mais variadas gerações.
Quando criança acompanhava meus pais e aprendia muito com o convívio deste
povo. Lembro, por exemplo, de Antônio Paca, vendedor de doces; de Zé Cego, que
arrumava os bancos de feira e limpava as ruas. Tivemos também seu João da Luz,
sapateiro que nos vendia alpercatas. Tinha também Sebastião Fogueteiro, fazedor
de fogos e girândolas nas noites de festas de Nossa Senhora da Conceição.
Conhecíamos Zé
Pereira, o vereador, Rosendo Leandro, Antônio, e Joaquim Inácio. Seu Brazinha e
seu Tomaz, Severino Tomaz e seu Deda Clemente. A família Bento. Seu Mocinho e
seu Amaro Galdino, Dr. Gilberto e Dr. Jaime.
Sou do tempo
que em Gravatá tinha o Hotel de dona Mariquinha e o de Elói. A bodega de João
Benvenuto, ou “João Carestia.”. A bodega de Rozendo e Inácio de Alfredo.
Assistir à
construção da sede da Banda de Música, com Zé Procópio e Gilberto de Zé
Pereira. Dê Cumaru, Rodolfo e muito outros.
Tempo em que
Luzia ganhava a vida com seus jumentos carregando água e abastecendo as casas
dos Moradores. Tivemos seu Doquinha, que era o responsável pelo motor de Luz,
antes da luz elétrica, inaugurada pelo então Governado Paulo Pessoa Guerra,
cuja gestão municipal era ocupada pelo prefeito Antônio Andrade.
Havia ainda
compradores de algodão: Zé Pereira, Dozinho Bernardo e Luiz Amaro, este oriundo
de Toritama. Os barbeiros: Eneias, Zé Soares e Amaro.
Como
delegado ou xerife o soldado Zé Antônio, que prendia toda sexta-feira os
bêbados, que geralmente não faziam nenhum, mas, por precaução. Seu Graçu,
vendendo peças de couro.
Personagem
interessantíssima era um pedinte, que saia de Caruaru ia até Campina Grande e
quando voltava fazia a feira de Gravatá. No final do dia ela ficava, na subida
do alto, pedindo e quando alguém dava alguma coisa ela fazia uma poesia em
agradecimento. Toca um chocalho. Era uma artista.
Enfim
lembrar-se do tempo de minha infância em Gravatá do Ibiapina não tem fim.
Por: Antonio Martins de farias
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