As Festas Juninas de
Serra dos Bois
Sobre a mesa
ficava os pratos de canjica, com pitadas de canela em pó adormecidas. Quando
amanhecia o dia olhava-se para as cinzas da fogueira e corria-se para comer um
prato do delicioso prato. Após alguns minutos saíamos à procura dos restos de
fogos para se aproveitar o barbante com o qual se fazia arapucas.
Geralmente
tinha gente de fora e papai conversando a vontade na sala e de vez em quando
uma xícara de café para os convidados. Às crianças sobrava esbregue, carão e
beliscão, pois sempre estavam erradas. Criança não podia falar e nem manifestar
qualquer opinião, mesmo detentora de razão.
Chegavam
Geraldo de Zita e o povo do Papagaio; a família de Aleixo Joaquim também
marcava presença. Seu João Cazé e seu Tezinho, de Cacimba de Baixo, que não de
bicavam, geralmente só apareciam dia de São João.
Seu João Casé
só comia farofa e ovo cozido, mas não dispensava umas espigas de milho assado e
seu Tezinho só comia caldo de feijão com farinha.
Para a festa
de São Pedro, de vez em quando, tínhamos a presença da família de tio Lindolfo,
de Frei Miguelinho, para completar a alegria. Uma vez ou outra, se matava um
bode e comia-se a uma deliciosa buchada.
A hora do
almoço era um momento sublime: meu pai, à cabeceira da mesa, convidava um por
um a se sentar e comer pirão e beber uma aguardente Serra Grande, a de casco
branco. Só servia de fosse Serra Grande de casco branco. A conversa seguia
sobre vários assuntos, mas acabava sempre sobre São João do Cariri. Era que
para Hermes Ludugero de Farias qualquer coisa só era boa e verdadeira se fosse
de São João do Cariri.
E assim, de
lembrança em lembrança vai se formatando na mente as festas juninas de Serra
dos Bois que eram maravilhosas.
Antonio
Martins de Farias
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