segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A GUERREIRA EMILIA MARTINS DE FARIAS



                       
            Da esquerda para a direita, Doralice, Carlinda, Bernardina, dona Emília, Zita e Claudeci 
                       
                                                  Antonio Martins, e seus primos

Emília Martins de Farias, nascida na vila de Gravatá do Ibiapina. Filha de Franklin Procópio da Cunha e Bernadina Martins da Cunha. A casa onde ela nasceu era tão simples, como as pedras do morro que envolve Gravata. As muralhas de pedra das serras trouxeram para Emília a dureza e a coragem de lutar por tudo.
Conta-nos que sua mãe lhe ensinou a ler e a escrever, usando como caderno as areias do riacho, pois não tinha papel. E Emília sempre preservou o gosto pela leitura e pela informação. Daí sua lucidez ao completar 90 anos de vida.
A vida de Emília nunca foi fácil. Desde sua infância em Gravatá do Ibiapina até os dias de hoje. Assim, ela abraçou Serra dos Bois como sua morada ao decidir se casar com Hermes Ludugero de Farias, homem honesto e um verdadeiro embaixador. É que seu esposo gostava muito de viajar e fazer amigos. Nossa casa estava sempre cheia de gente de todos os lugares. Hermes fazia amizade com tudo mundo, não tendo, graças a Deus, qualquer tipo de preconceito. Nosso pai era um exímio pesquisador de parentes. Ele descobria parentes em todo nordeste. Se alguém precisava saber sua origem bastava perguntar que Hermes ia descobrir.
Uma vez Hermes conheceu um irmão de um cangaceiro em São João do Cariri, PB. Este senhor era barbeiro na cidade dos Gaudêncio e incumbiu meu pai de encontrar seu irmão que se encontrava em Pernambuco. Hermes procurou e encontrou o tal cangaceiro, que era policial em Santa Cruz do Capibaribe e promoveu o encontro dos dois no Hotel de Dona Maria Duda, ponto de encontro dos sertanejos, na terra da Sulanca. Nesta conversa foi atribuída outra missão a Hermes: adquirir um rifle dos que os cangaceiros usavam e meu pai conseguiu e, quem deu o primeiro tiro com este rifle foi o Geraldo Francisco Barbosa, grande amigo da gente.
Assim, escrever sobre Emília só é possível se incluir a história de Hermes, seu esposo durante muitos anos e até no presente momento, pois ele, agora, onde estiver haverá de estar feliz e muito contente com a família que construíram juntos.
Este casal, ainda jovem foi morar em Serra dos Bois e tiveram seis filhos, Ananias, Bernadina, nossa querida Dina, e Paulo; e o casal de gêmeos Antônio e Maria e caçula Carlinda. Infelizmente, hoje, só contamos com Dina, Maria, Antônio e Carlinda. Iniciaram sua morada no Serrote do Urubu, uma casa que pertencia a seu Zé Ramos, percussor da família Ramos de Serra dos Bois. Poucos anos depois construíram uma casa perto da casa de nossa querida vó, Otília.
No final da década de 50, a família se mudou para a casa que ainda hoje é a residência da família de Emília.
Ainda na adolescência Ananias faleceu e, há poucos anos, perdemos também a convivência com nosso Paulo. Há que se acrescentar que nossa família está com muita saudade de nosso querido Luiz, de Hermes, de Paulo, de Ananias e de nossa a querida vó. Sem nossa vó, nossas vidas não teria graça. A vida é assim: uns vão outros ficam e cada um vai construindo seu patrimônio de saudade.
Mamãe, sempre foi uma mulher muito corajosa e disposta a qualquer luta. Ela não enjeitava trabalho. Limpava mato, barreiro, cortava lenha, fazia farinha e carregava água na cabeça. Fez tudo que a mulher nordestina fez. Exemplo claro de que a mulher do campo não é fraca e coitada.
Nós, seus filhos temos muita honra e amor por nossa mãe. Ela nunca nos abandonou, esteve sempre de nosso lado. Era enérgica, talvez com um exagero de zelo nos criou. Somos felizes e não temos palavras para agradecer o bem que ela nos fez e fará. Cumpre-nos seguir o seu exemplo de mulher forte, honesta e de coragem, parabéns que Deus lhe der muita saúde e multiplique seus dias de vida, assim definiu Geraldinho,
comadre Emília, um exemplo de vida e cidadania!

Por: Antonio Martins: 


   

2 comentários:

  1. Obrigado Geraldinho, emocionado lhe retribuo todo carinho e esperamos comemorar muitos aniversários de nossa família. Como é bom ser de Serra dos Bois. Como é bom poder curtir minha família e os encantos de Serra dos Bois; encantos que só os descobre quem nos visita e percebe como Deus fez uma bela natureza.

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  2. A natureza se completa, quando encontra em sua plenitude pessoas como Doralice França, Antonio Martins,Joaquim Abdias,Beto Pontes e tantos outros que, mesmo vivendo longe de sua terra natal, não esquece suas origens e levam no coração cada momento vivido em seu torrão.

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