quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Natal AASB

Desejamos aos membros associados, amigos e colaboradoress, um Natal repleto de paz e saúde, e um 2012 de muitas realizações.
São os votos da comunidade de Serra dos Bois e da AASB!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A vila do Jerimum

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              Há poucos dias, neste mesmo blog, falou-se do sítio Barrocas, cuja propriedade foi legada ao nosso querido João Borges da Costa. Falou-se também de outros lugares, mas o nosso querido Jerimum nunca esteve esquecido, pois lá muita gente boa conviveu, convive e conviverá para sempre com nossos queridos moradores do sítio Serra dos Bois, ou Serra dos Aleixos, como é conhecido pelos jerimuenses mais antigos.
            Nossos ancestrais conviveram com moradores do Jerimum como: seu Manoel Caetano, seu Júlio Gomes, seu Amaro Minerva, Apolônio Matias, Seu Manoel e seu Raimundo Gomes. Resta, ainda, lembrar-se de João Nogaia, de seu Biu Gangarro; além da família Carola. Seu Manoel Lulu, este morador quase já no Minguaiú.
            Neste lugar temos uma igreja, cujo padroeiro é São Sebastião e sua festa acontece geralmente todo dia vinte de janeiro de cada ano. Teve e ainda tem muita influência a família Arruda. Tendo seu Severino Arruda, seu patriarca, sido prefeito de Taquaritinga do Norte e proprietário da fazenda Boa Vista, vizinha de nosso Jerimum. Esta fazenda serviu muito para possibilitar trabalho para a mão de obra do lugar. No Jerimum todos eram e são agricultores; tendo  na agricultura de subsistência a sua marca maior. Os roçados não eram muitos bons, pois é um local que tem muita pedra e poucas vazantes existiam, mas sempre chovia no Jerimum.
            O fato de Deus gostar de mandar chuva para o Jerimum é por causa de que este povo é muito festeiro. Lá por qualquer motivo se fazia um forró. Sempre aparecia um sanfoneiro para tocar, às vezes de graça. Todo mês de maio era uma festa. Os terços em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, fazia a alegria dos rapazes de Serra dos Bois que iam ao Jerimum para namorar. Muitos casaram e são felizes até hoje. Não se tem notícia de traição no lugar.
            Não podemos esquecer que teve um dos moradores marcantes desta terra o velho Chico Quinta, pai de uma família grandiosa e, hoje, existem muitos descendentes. Havia também o seu Aniceto, que deixou também muitos descendentes na terra de Manoel Caetano e Biu Amaro. Vizinho de Pedra Preta, o Jerimum foi palco para Zezé João namorar e tomar aguardente na bodega de Ismael Nogaia.
            Absolutamente certo estamos que muita gente foi esquecida, mas é devido ao próprio homem que é falho, mas a homenagem que fazemos a este querido lugar cobrirá qualquer falha que por acaso cometemos. O povo do Jerimum merece todo respeito e consideração, pois é um povo trabalhador, honesto e festeiro.
Por: Antônio Martins


Caloteiros

     
     Um politico de Taquaritinga do norte muito conhecido e um comerciante ambos residentes nos distritos do município, deram calote nos organizadores da missa e festa do vaqueiro de serra dos bois, os mesmos se comprometeram em patrocinar com um valor X e não cumpriram o acordo, sendo que o comerciante, só pagou 50% e o politico ainda esta em divida com o valor total está esperando que seja quitado os valores no máximo de 20 dias, ou seremos obrigados a divulgar os nomes dos mesmos o que não será bom para a reputação dessas pessoas, principalmente do politico, precisamos honrar nossos compromissos, pois não somos obrigados a assumir mas depois de assumidos somos obrigados a cumprir.

por: Geraldo Filho


Presidente: Da associação de agricultores de Serra dos Bois

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Biografia de Antonio Martins de Farias


Antônio Martins de Farias é filho natural de Serra dos Bois. Seus pais são Hermes Ludugero de Farias e Emília Martins. Hermes já é falecido, enquanto Emília, no alto de seus 89 anos, mora em Serra dos Bois. Hermes e Emília tiveram seis filhos: Ananias, Bernadina, Paulo, Antônio e Maria gêmeos, e Carlinda.
Antônio Martins de Farias, doravante apenas Antônio, estudou por um tempo com Silva Borges, nas Barrocas, município de Barra de São Miguel, próximo a Serra dos Bois. Estudar com Severina Borges da Costa, tia Silva, é um dos maiores orgulhos que Antônio guarda como um troféu.
Quando completou 18 anos Antônio vendeu duas cabras; comprou uma mala, duas calças e duas camisas e se transferiu para o Rio de Janeiro.
Na cidade maravilhosa foi trabalhar como faxineiro e porteiro de um condomínio, na Av. Rui Barbosa, cujo porteiro chefe, era seu Elias Amâncio, natural de Frei Miguelinho, que lhe forneceu um emprego. Naquele edifício só morava pessoas muito ricas e não falavam Português. Antônio achava aquilo muito esquisito, pois não sabia nem falar a língua pátria. Dez meses depois foi contratado para trabalhar em uma empresa de mineração. Nesta empresa foi estimulado a estudar. Após muita insistência, Antônio se matriculou no curso noturno do Colégio Santo Inácio, dos Jesuítas. Neste colégio completou o ensino de primeiro grau e iniciou o de segundo. Só que a empresa em que trabalhava foi transferida para Brasília, em 1983. Na Capital Federal, Antônio completou seu segundo grau e fez sua primeira faculdade de Ciências Contábeis. Em 1991, voltou a residir na cidade do Rio de Janeiro e atualmente exerce a profissão de Contador e em 2011 concluiu o curso de Direito. E, neste momento, já se prepara para fazer a prova da OAB.
Antônio e sua esposa Inês vivem juntos há 14 anos. Embora Antônio, por razões econômicas não tenha frequentado Serra dos Bois, nunca a esqueceu. Atualmente é um dos colaboradores do Blog da Associação dos Agricultores de Serra dos Bois. Seu prato predileto é buchada de Bode e seus cantores preferidos são Luiz Gonzaga e Frank Sinatra.
            Nas veias de Antônio corre sangue pernambucano e política. Antônio já colaborou em diversos jornais sempre falando de política. Seu passa tempo preferido é ler um bom livro.


Geraldo Filho        

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Festa de Nossa senhora, em Gravatá do Ibiapina

 
 
Prefeito Evilazio, Lero, Fabio e Zeca na Missa de Encerramento
 
 
 
 
Ruas de Gravata tomadas por uma grande multidão
 
 
Fotos de Alberes Xavier
 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O baile de Dona Jacinta


Passeando pelo Bandeira encontrei Adelino que me disse:
- Moço vá à casa de Jacinta, no próximo sábado, que terá um sanfoneiro animando uma festa. Se não houver briga vamos dançar a noite toda. Traga sua cabrocha que mulher daqui não dança com quem é de fora. Nesta festa só não vai Du Santo, que como o nome diz é muito católico e parece que não gosta de dançar.
Na festa estavam seu Amaro Inácio, seu Zé Macambira, Seu Miguel Severino e Doda Bernadino. O Bandeira estava em festa neste dia. Só faltou seu Ginu.
Na festa, dançava todo mundo: Felipe com sua esposa; Seu Bernadino com dona Raimunda e Neco Adelino. João Adelino dançava dom dona Josefina e Cosme com sua esposa. Antônio de Sinésio com Olivia Ramos.  Só faltava Damiana que chegou mais tarde com seu Biu Quinca, mestre em por cabo em enxada, foice e machado da região. Faltou Amaro de Ginu. De Pedra Preta veio Zezé João e seu Paizinho.
Seu Izidio só apareceu bem tarde. E quando chegou já estava quase embriagado e por causa disso tentou acabar com o forró. Puxou de uma peixeira e foi logo dizendo:
- Aqui, caboco, ninguém dança enquanto não se tomar uma pinga, das boas, que eu mandei buscar na Bonita. Bonita era como se chamava Alcantil. Lá tinha uma pequena bodega e vendia até “cachaça de cabeça”. Mesmo que o responsável pelo botequim fosse Zuzinha de Pedra Preta.
Com o alvoroço o fole parou. Dona Jacinta, dona da festa, que estava na cozinha fumando um cachimbo de barro, veio pra sala e logo perguntou o que aconteceu. Ocorre que a esta altura o sanfoneiro, já se encontrava a beira da estrada, escondendo sua sanfona, com medo de que um bêbado malvado, com uma peixeira, rasgasse-se seu instrumento de trabalho – a sanfona, amada por todos.
 Era um instrumento velho, com alguma tecla bem desgastada e um pouco desafinada, porém com o barulho do triângulo, da zabumba e do pandeiro não se percebia o tom desafinado. Todo mundo estava mesmo era preocupado com o cheiro do cangote da cabrocha e com o namoro que nascia e se acabava também.
Dona Jacinta, parteira e mãe de todos os que nasceram no Bandeira foi logo dizendo:
- Izidio, quem manda aqui sou eu e se tu queres acabar com o baile que o faça em tua casa. É, na tua casa, que os forrós têm fama de se acabar quando os garotos de Serra dos Bois vêm jogam pelo de jegue ou de gato pelo chão; provocando um mau estar nas pessoas que em poucos minutos não conseguem dançar de tanto coçar o nariz. Izidio obedeceu à Jacinta e forró recomeçou.
Era noite de lua cheia. De Céu azul e com muito vento. Vento frio que chegava da Serra do Jaburu, trazendo um olor ou cheiro de flor de café. Neste momento quem morava nas redondezas podia ouvir o som da sanfona e correr ao Bandeira, pois sabia que podia dançar a noite inteira.
Pouco tempo depois chega o compadre José Agostinho, mas conhecido como Zé de Olívia. Este amigo de todos chamou uma cabrocha e dançou a noite toda, só voltando à Serra dos Bois, lá pelas quatro horas da madrugada para tirar o leite das vacas de Aleixo Joaquim. Também estava na festa Adelson de Joaninha Marreiros. Este não dançava, pois ele gostava das mulheres, entretanto, as mulheres nunca gostavam dele. Tinha Zé Marreiros, seu irmão e namorador que dançou a noite toda também. Em pouco tempo chegava para o baile Manoel de Lulu. Manoel era um poeta e grande amigo de todos. Estava na festa Maria Clara, Gorete e Ivonete. Luzinete que namorava o sanfoneiro era única que não dançava. Estavam presente também Geraldo de Arnóbio, Abidon e Ivanildo.  Nesta noite, também veio de Gravatá Biu Cocada, Gino e Flor. Foi uma festa medonha e ninguém acabou. Só não entendi porque quando eu ia dançar o despertador tocou e era dia de trabalhar. O baile de dona Jacinta foi um sonho que não devia nunca acabar.


Antônio Martins de Farias

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

No rastro do cangaço

Boletim Regimental número 179, de 12/08/1938 (Grafia original)

Não se enganou, portanto, o Exmº. Sr. Interventor Osman Loureiro, nem tampouco este comando. A perseguição se iniciou de forma tenaz e vigorosa, e não tardou a raiar da manhã de 28 de Julho, onde um punhado de 45 bravos comandados pelo Capitão João Bezerra da Silva, 1º Tenente Francisco Ferreira de Melo e Aspirante a oficial Aniceto Rodrigues dos Santos numa arrancada de heróis, atacaram de surpresa, na Fazenda “Angicos” município de Porto da Folha, no Estado de Sergipe, o grupo de famigerado “Lampeão” composto de nada menos de 58 bandidos e com eles numa luta tremenda conseguiram abater 11 sicários, inclusive o Rei do cangaço, pondo os demais em debandada, sem que tivesse tempo, os restantes, de conduzir do campo da luta os seus apetrechos e material de guerra que abandonaram.


 João Bezerra "Foto inédita em livros". 
Arquivo do Jornal Diário de Pernambuco
Acervo Lampião Aceso 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CULTURA E FÉ NA 1ª MISSA E FESTA DO VAQUEIRO DE SERRA DOS BOIS

                Encravada no cariri norte-taquaritinguense nas extremas fronteiras entre Pernambuco e Paraíba, está situada a comunidade de Serra dos Bois, que vivenciou no último final de semana, dia 12 de novembro a Primeira Missa e Festa do Vaqueiro. Uma das maiores festas já vistas no agreste pernambucano.
                Uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Taquaritinga do Norte através da Secretaria de Turismo em parceria com a Associação de Agricultores, Turismo e Cultura de Serra dos Bois, com o intuito de interiorizar o desenvolvimento do município e incentivar o turismo rural.
                O evento foi um sucesso e superou todas as expectativas.
                Uma multidão de vaqueiros e amantes da vida do gado acompanharam a procissão cavalgada que contou com a animação dos poetas Joãozinho Aboiador, Naldo Duda e Geraldo Filho, cantando aboios e toadas, que levaram o público ao delírio.
                Em seguida os participantes assistiram a Santa Missa celebrada pelo Padre Bianchi Xavier e co-celebrada pelo Padre Joaquim Lino de Castro Neto, que fizeram uma linda celebração. No momento do ofertório os vaqueiros ofertaram utensílios de trabalho, como gibão de couro, guardas, luvas, chapéus, máscara e chocalho, ao toque do berrante. Antes da benção final, alguns vaqueiros foram homenageados, outros tiveram sua memória lembrada e também receberam homenagens, com troféus.
                Dentre outros homenageados, os padres também foram homenagens, e o padre Joaquim se emocionou, quando em memória, o seu pai Aleixo Joaquim foi lembrado como grande vaqueiro e criador de gado e que deixou um legado de homem trabalhador e honesto. O Padre Joaquim é um patrimônio da comunidade e orgulho da sua família.
                O poeta Joãozinho Aboiador também recebeu um troféu em homenagem ao seu avô João Marques, que também foi um bom vaqueiro da sua época.
                Após o encerramento da Missa, foi servida uma feijoada gratuita para os participantes, e a festa continuou com o início da corrida da pega da garrafa. Uma competição difícil na qual cavalo e vaqueiro precisam trabalhar em harmonia para conseguir a classificação, e chegar a disputa final.
                A competição deu uma pausa por volta das 20:00horas para a realização do bingo, com uma premiação de dois bodes e um garrote. Cuja renda será destinada para a recuperação da casa grande, onde foi celebrada a primeira Missa em Serra dos Bois, e é tida pela comunidade como patrimônio histórico.
                A competição teve continuação após a realização do bingo, e se estendeu noite a dentro, chegando ao fim por volta de uma hora da manhã, quando o santacruzensse da vila de Poço Fundo, conhecido por Ovelha, sagrou-se campeão, e levou quatrocentos reais e um lindo troféu de primeiro lugar.
                Na premiação foi distribuída R$ 1720,00 (mil setecentos e vinte reais) e troféus do primeiro ao vigésimo colocado.
                As 21:00horas, um trio pé-de-serra subiu o palco, e animou a festa dando um show de forró até as 23:00horas. Quando o sanfoneiro Pedro de Bilal assumiu o comando, e fez a alegria do público que gosta da boa música. Tocando a sua concertina, fez lembrar os tempos de Severino Januário e Zé Calisto, e só parou as 2:00horas da manhã.
                Foi quando Bidinga do Acordeon, subiu ao palco e deu um verdadeiro show, e só encerrou as 5:00horas da manhã, “pegando o sol com a mão”. Uma multidão que veio com o intuito de se divertir, só parou quando a sanfona fechou, e o sol abraçou o universo.
                Durante todo o dia, cerca de cinco mil pessoas passaram pela comunidade, Uma prova que quando se trabalha com planejamento, as coisas acontecem. Um verdadeiro resgate de nossa cultura e a preservação de nossa história, está apenas começando.
                A Prefeitura de Taquaritinga do Norte; a Associação de Agricultores, Turismo e Cultura; e a comunidade de Serra dos Bois, agradecem a todos que colaboraram direta ou indiretamente com o evento, e aos que participaram como visitantes. E convidam desde já, para todo ano, sempre na segunda semana do mês de novembro, para participarem da Missa e Festa do Vaqueiro em Serra dos Bois - Taquaritinga do Norte – Pernambuco, “Terra do Vaqueiro, Rota do Cangaço”.
CONFIRA ALGUMAS IMAGENS:








































NOTA DE AGRADECIMENTO

                A comunidade de Serra dos Bois junto a Associação dos Agricultores, Turismo e Cultura, agradecem primeiramente a Deus por ter dado força aos organizadores, e proteção a todos os que participaram da 1ª Missa e Festa do Vaqueiro, o maior evento deste gênero, já visto no agreste pernambucano.
                Agradecemos a todas as pessoas que colaboraram direta ou indiretamente; aos vaqueiros que compareceram em massa; aos artistas que se apresentaram; a equipe de cozinha; as pessoas que adquiriram as cartelas do bingo; aos Padres que fizeram a celebração da Santa Missa; ao Padre    Ivemar que não pode estar presente mas deu autorização e apoio, ao Coral Imaculada Conceição de Gravatá do Ibiapina; aos barraqueiros; aos moradores que acolheram os visitantes; a imprensa falada e escrita – rádios e blogs que fizeram a cobertura do evento; aos poetas Joãozinho Aboiador, Naldo Duda, Marivaldo Aboaiador e Geraldo Filho, pelos belos versos e toadas; ao prefeito Evilázio Araújo e o vice-prefeito Lero, que não mediram esforços e acreditaram no projeto para a realização do evento, através da Secretaria de Turismo; ao deputado Diogo Morais que patrocinou os carros de som, ao locutor Joais Cardoso, pelo show de locução; ao julgador, Cabeludo, pelo brilhante trabalho com imparcialidade para não prejudicar nenhum competidor; as secretarias de: Agricultura e Meio Ambiente, Apoio e Articulação, Ação Social; e a Secretaria de Obras, que esteve com sua equipe durante toda a semana preparando toda a estrutura coordenada pelo secretário Damião, e o auxiliar Chapolin; a equipe de eletricistas, coordenada por João Malaquias, pela bela iluminação; e a Zita França e Ana Maria, pela preparação da alimentação das equipes que trabalharam na preparação do evento, desde o início da semana; aos patrocinadores que contribuíram para o sucesso deste evento; a Claudenice Barbosa pelo esforço para ajudar na coordenação.
                Um forte abraço dos coordenadores Zeca Coelho, Claudio Barbosa, Valdelice Grangeiro (Valdinha) e Geraldo Filho (Geraldinho).





















quinta-feira, 27 de outubro de 2011

1ª Missa e festa do vaqueiro, Serra dos Bois Taquaritinga do Norte PE, 12 de Novembro de 2011



Com o objetivo de resgatar a cultura do vaqueiro, preservar a riqueza histórica da comunidade de Serra dos Bois e incentivar o turismo rural em Taquaritinga do Norte, a Prefeitura, através da Secretaria de Turismo e a Associação dos Agricultores de Serra dos Bois realizam a  1ª Missa e Festa do Vaqueiro.
O evento acontecerá no dia 12 de novembro de 2011.

PROGAMAÇÂO

9 horas da manhã  Procissão com os vaqueiros puchada pelo poeta Joãozinho aboiador seguida da Missa campal celebrada pelos padres Bianchi Xavier, e Joaquim Lino de Castro Neto, com homenagem aos vaqueiros que fizeram história em nossa terra.
A programação conta ainda com apresentações culturais, feijoada, pega da garrafa com mil e seiscentos reais em prêmios acompanhados por troféus, as 18 horas acontece um bingo de dois bodes e um garrote, alem de muito forró a noite, começando as 19 horas com trio pé de serra, depois Pedro de Bilal e banda ,seguido por Bidinga do acordeom. Realização AASB e SETURDE, informações, 9225 6593 e 9983 9734. 

Pedro Lino

Casa de Pedro Lino

Dando continuidade à história do povo de Serra dos Bois, esta semana, pretendo fazer alguns comentários a respeito de um personagem muito querido por nós – Pedro Lino – que foi marido de Sancha e pai de Maria Clara e de José, e avô do mudo, nosso querido Reginaldo.
Pedro Lino não gostava de comer; era magro e, às vezes, para andar a cavalo enchia os bolsos de chumbo para o vento não leva-lo. Ele recebia bem cada um em sua pequena casa. Sempre tinha batata doce cozida para matar a fome da gente. Dentro de certas circunstâncias servia também um café; que na maioria das oportunidades tal café era servido sem antes passar pelo coador.
O que não podia faltar a Pedro Lino era um bom cigarro de palha; feito com o melhor fumo de rolo, em papel de seda ou mesmo em palha de milho. Uma boa prosa não podia faltar.
Sua esposa, Sancha, não gostava muito de conversa; seu negócio era dinheiro e só dava de comer àquele que trabalhasse. Sancha era muito católica e demonstrava uma séria preocupação para com as almas. Todo dinheirinho que lhe sobrava mandava celebrar missa em intenção das almas do purgatório. Sancha e Pedro Lino possuíam uma condição diferenciada dos demais moradores de Serra dos Bois, pois possuíam um bom rebanho de gado e uma miúça invejável.
Pedro Lino fazia muitos amigos com facilidade, pois seu tratamento carinhoso para com as pessoas contagiava-as. Só não gostava de gastar, mas emprestava sempre um quilo de açúcar ou um quilo de café àquelas pessoas que pagavam. Muitas vezes ele me emprestou muitos quilos de açúcar e café. Sem, claro assumir a condição de bom pagador. Deixo tal responsabilidade para a história.
Pedro Lino casou-se duas vezes. Do primeiro nasceu Maria Clara e José. Maria Clara casou com Antonio Sinésio e teve muitos filhos: Pedro, Gorete, Luzinete, Ivonete e Reginaldo. José, como a maioria dos nordestinos, morou no Rio de Janeiro e sabemos quase nada sobre sua vida. Maria Clara sempre foi uma mulher arrojada, trabalhadora e criou seus filhos com muita dignidade e sacrifício como a maioria das mães nordestinas.
Nosso querido Pedro Lino deixou muita saudade a todos de Serra dos Bois. Sua lembrança será sempre lembrada de quem vai o vem de Gravatá ou do Bandeira, pois a porteira de Pedro Lino foi ponto de muitos encontros e ainda hoje há, pois lá muitas almas há esta hora, estão andando neste mundo achando que ainda estão em Serra dos Bois. O que infelizmente não é verdadeiro.

Por: Antonio Martins

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A IMPORTÂNCIA DE GRAVATÁ DO IBIAPINA PARA NOSSA QUERIDA SERRA DOS BOIS


Há muito que se falar de Gravatá do Ibiapina, mas impossível fazer uma retrospectiva histórica sem deixar de mencionar alguém; elogiar demais outra em detrimento de alguém. Em Gravatá tem uma igreja - a igreja de Nossa Senhora da Conceição - onde sempre nos guiamos por suas torres estamos longe e pretendemos visitar Serra dos Bois, só consideramos que chegamos lá quando avistamos as torres da igreja de Nossa Senhora da Conceição de Gravatá do Ibiapina.
Era em Gravatá que Nossa Senhora recebia os mortos de Serra dos Bois. Hoje, temos o cemitério da nossa querida vila de Jerimum. Mesmo assim é uma alegria morrer e ser enterrado em Gravatá do Ibiapina e ser recebido por Nossa Senhora; que também recebe os que partiram desta vida e tiveram seus corpos enterrados no cemitério do Jerimum. Nossa Senhora já recebeu muitas pessoas queridas de Serra dos Bois em Gravatá. Ao contrário de Dante que, pôs no inferno as pessoas que não gostava, eu ponho no Céu todas as pessoas de nossa Serra dos Bois e o do querido Gravatá do Ibiapina.
Gravatá teve Zé Procópio, Zé Pereira, Olívia Julia, Antonio Inácio, Joaquim Inácio, João Bevenuto, conhecido como João Carestia. Inácio de Alfredo e Rozendo Leandro, Sofia e Pedro Farias. Em Gravata também viveu Zé Cego e Zé Maria. Teve seu Antonio Cumaru, Elói Genuíno e seu Deda Clemente. Em Gravatá criou-se Maria Rocha, seu Artur e seu Zé Rocha. Seu Brasinha, tocando tuba dando a harmonia entre o alto e baixo da banda de música. Em Gravatá morou Biu Cocada e Maria Vermelha. Gravatá manteve seu João da Luz, fazendo alpercatas e acessórios de couro. O hotel dona Mariquinha, frequentado pelo sertanejo a caminho de Recife, era uma referência importante para todos nós. Morou em Gravatá Benvinda Arruda de Farias, cuja chefia do cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, exerceu com muita dedicação.
Em gravata tinha tia Luiza, tia Maria, tia Ló, e tio Zé, pai de Betânia, Brivaldo e Bartolomeu. José Genuíno, Maria Porto e Zefinha Genuíno, mãe de nosso saudoso Arnóbio Genuíno, que se criou em Serra dos Bois, e foi sepultado em Gravata. Também tem Rodolfo, grande músico e um excelente amigo. Amauri, que morava perto da BR 104, no Posto Fiscal, no caminho de Serra dos Bois, vizinho de seu Miguel Anísio e seu João Casé e seu Jovino França, no sítio Riacho Doce de Júlio Casé.
Às sextas-feiras tinha a feira. Vendia-se e comprava-se de tudo. Era uma festa. Tinha Antonio Teça, que engraxava sapatos; seu Zé Soares que cortava cabelo; Zé Pereira que comprava algodão, seu Inácio Boneco que comprava ovos. Seu Clarindo que vendia panela e Antonio Paca que vendia doces e cocadas para a garotada, em sua barraca dentro do mercado público. Seu Graçu que vendia acessórios de couro. Seu José Aprígio, com suas guloseimas. Seu Enéias que exercia a profissão de barbeiro. Tudo tinha em Gravatá. Nada faltava para alegria das crianças. O soldado Zé Antonio e o cabo Dionísio para prender bêbados, no fim da feira ou nas festas de Nossa Senhora da Conceição.
Em Gravatá morava Luzia, que com seus jumentos, fazendo frete abastecia as casas com a água do açude novo, ou mesmo de Taquaritinga do Norte. Em Gravatá também tinha a política: Zé Pereira, seu Mocinho, seu Rosendo Leandro, Naelson e Dé Cumaru foram nossos representantes no poder legislativo.
Em Gravatá não tinha ladrão, graças a Deus. Só de vem em quando aparecia um lobisomem. Ele vinha sempre de Vertentes, passava pelo cemitério e seguia em direção a Serra dos Bois. Quando chegava ao Riacho doce, ao invés de entrar à esquerda, entrava à direita e ia em direção a Serra Verde ou se hospedava no Riacho de Santo Antônio.
Era também para Gravatá que as famílias de Serra dos Bois se deslocavam todas às primeiras sextas-feiras, quase de madrugada para assistir à missa e receber o sacramento da comunhão e pagavam suas promessas.
É de Gravatá do Ibiapina que se lembra de Manoel Martins da Cunha, fundador desta vila junto com Padre Ibiapina. Manoel Martins da Cunha, seus irmãos deixaram muitos descendentes, inclusive um dos autores deste artigo. A família Martins em muitas oportunidades é esquecida, porém isso é decorrente de uma velha briga política.

POR:
Antônio Martins de Farias e
Joaquim Abdias da Cunha