segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A IMPORTÂNCIA DE GRAVATÁ DO IBIAPINA PARA NOSSA QUERIDA SERRA DOS BOIS


Há muito que se falar de Gravatá do Ibiapina, mas impossível fazer uma retrospectiva histórica sem deixar de mencionar alguém; elogiar demais outra em detrimento de alguém. Em Gravatá tem uma igreja - a igreja de Nossa Senhora da Conceição - onde sempre nos guiamos por suas torres estamos longe e pretendemos visitar Serra dos Bois, só consideramos que chegamos lá quando avistamos as torres da igreja de Nossa Senhora da Conceição de Gravatá do Ibiapina.
Era em Gravatá que Nossa Senhora recebia os mortos de Serra dos Bois. Hoje, temos o cemitério da nossa querida vila de Jerimum. Mesmo assim é uma alegria morrer e ser enterrado em Gravatá do Ibiapina e ser recebido por Nossa Senhora; que também recebe os que partiram desta vida e tiveram seus corpos enterrados no cemitério do Jerimum. Nossa Senhora já recebeu muitas pessoas queridas de Serra dos Bois em Gravatá. Ao contrário de Dante que, pôs no inferno as pessoas que não gostava, eu ponho no Céu todas as pessoas de nossa Serra dos Bois e o do querido Gravatá do Ibiapina.
Gravatá teve Zé Procópio, Zé Pereira, Olívia Julia, Antonio Inácio, Joaquim Inácio, João Bevenuto, conhecido como João Carestia. Inácio de Alfredo e Rozendo Leandro, Sofia e Pedro Farias. Em Gravata também viveu Zé Cego e Zé Maria. Teve seu Antonio Cumaru, Elói Genuíno e seu Deda Clemente. Em Gravatá criou-se Maria Rocha, seu Artur e seu Zé Rocha. Seu Brasinha, tocando tuba dando a harmonia entre o alto e baixo da banda de música. Em Gravatá morou Biu Cocada e Maria Vermelha. Gravatá manteve seu João da Luz, fazendo alpercatas e acessórios de couro. O hotel dona Mariquinha, frequentado pelo sertanejo a caminho de Recife, era uma referência importante para todos nós. Morou em Gravatá Benvinda Arruda de Farias, cuja chefia do cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, exerceu com muita dedicação.
Em gravata tinha tia Luiza, tia Maria, tia Ló, e tio Zé, pai de Betânia, Brivaldo e Bartolomeu. José Genuíno, Maria Porto e Zefinha Genuíno, mãe de nosso saudoso Arnóbio Genuíno, que se criou em Serra dos Bois, e foi sepultado em Gravata. Também tem Rodolfo, grande músico e um excelente amigo. Amauri, que morava perto da BR 104, no Posto Fiscal, no caminho de Serra dos Bois, vizinho de seu Miguel Anísio e seu João Casé e seu Jovino França, no sítio Riacho Doce de Júlio Casé.
Às sextas-feiras tinha a feira. Vendia-se e comprava-se de tudo. Era uma festa. Tinha Antonio Teça, que engraxava sapatos; seu Zé Soares que cortava cabelo; Zé Pereira que comprava algodão, seu Inácio Boneco que comprava ovos. Seu Clarindo que vendia panela e Antonio Paca que vendia doces e cocadas para a garotada, em sua barraca dentro do mercado público. Seu Graçu que vendia acessórios de couro. Seu José Aprígio, com suas guloseimas. Seu Enéias que exercia a profissão de barbeiro. Tudo tinha em Gravatá. Nada faltava para alegria das crianças. O soldado Zé Antonio e o cabo Dionísio para prender bêbados, no fim da feira ou nas festas de Nossa Senhora da Conceição.
Em Gravatá morava Luzia, que com seus jumentos, fazendo frete abastecia as casas com a água do açude novo, ou mesmo de Taquaritinga do Norte. Em Gravatá também tinha a política: Zé Pereira, seu Mocinho, seu Rosendo Leandro, Naelson e Dé Cumaru foram nossos representantes no poder legislativo.
Em Gravatá não tinha ladrão, graças a Deus. Só de vem em quando aparecia um lobisomem. Ele vinha sempre de Vertentes, passava pelo cemitério e seguia em direção a Serra dos Bois. Quando chegava ao Riacho doce, ao invés de entrar à esquerda, entrava à direita e ia em direção a Serra Verde ou se hospedava no Riacho de Santo Antônio.
Era também para Gravatá que as famílias de Serra dos Bois se deslocavam todas às primeiras sextas-feiras, quase de madrugada para assistir à missa e receber o sacramento da comunhão e pagavam suas promessas.
É de Gravatá do Ibiapina que se lembra de Manoel Martins da Cunha, fundador desta vila junto com Padre Ibiapina. Manoel Martins da Cunha, seus irmãos deixaram muitos descendentes, inclusive um dos autores deste artigo. A família Martins em muitas oportunidades é esquecida, porém isso é decorrente de uma velha briga política.

POR:
Antônio Martins de Farias e
Joaquim Abdias da Cunha

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