terça-feira, 11 de outubro de 2011

Recordações

Julio Acioli e Joaquim Abdias
Apelido dado pelos cariocas a todos que aqui residem de origem nordestina, demos o título de Embaixador ao nosso primo e tio, Antonio Ananias de Farias, pois era em sua residência aqui no Rio de Janeiro, onde todos de nossa região se reuniam para festejarmos nossos encontros de final de ano.
Antonio Ananias nasceu no sítio Gravatá Mor município de São João do Cariri, Paraíba; ainda criança mudou-se para Serra dos Bois, onde viveu toda juventude. Era o exímio dançador de forró e um grande vaqueiro. Foi vaqueiro de Antonio Vitor, ilustre fazendeiro de Tanque Raso, município de Boqueirão. Inclusive trabalhou também na construção do açude de Boqueirão, que na década de 50, foi construído para abastecer a cidade de Campina Grande, PB.
Antonio Ananias em meados da década de 50 pegou um “pau de arara” rumo ao Rio de Janeiro. A viagem era feita em estrada de terra e só havia chance de dormir em redes armadas na carroceria do velho caminhão. Saga muito bem cantada por nosso Rei do Baião, com a música Triste Partida de autoria do grande poeta Patativa do Assaré. Ao chegar à cidade do Rio de Janeiro que iniciava nova fase de crescimento e ao mesmo tempo cai em decadência, onde a vitória de Juscelino Kubitschek de Oliveira, a cidade maravilha perde o título de Capital Federal para a tão badalada Brasília, no Planalto Central, na Região Centro Oeste do Brasil. Ele exerceu várias profissões antes de se fixar como porteiro e zelador de edifícios. Trabalhou dia e noite e teve uma de suas maiores virtudes a honestidade e o respeito pelas pessoas. Ele era amigo de todos. Era um maior torcedor do Flamengo. Só cabia no coração de Antonio Ananias, tia Mercês, sua esposa, Joel seu filho e o Flamengo. Era a maior festa quando íamos ao Maracanã assistir aos jogos do Rubro Negro Carioca, o mais querido do Brasil. Teve como amigo fiel muita gente, mas um personagem chamado Júlio Acioli que era alagoano e comunista, merece ser lembrado.
Logo que chegou ao Rio de Janeiro tratou de providenciar o seu casamento com sua prima e querida, como ele sempre a chamava. Foi morar muito longe do centro da cidade onde trabalhava e naquele tempo o sistema de transporte era bem mais precário do que em nossos dias. Muitas vezes ele dormia na Praça Quinze devido a Barca que atravessava a Baia de Guanabara com destino a Niterói quebrava e não existia outro meio que lhe levasse para casa.
Era em sua residência que nos reuníamos para as nossas comemorações de final de ano e principalmente o aniversário de seu filho Joel Ananias de Farias, que hoje mora na cidade de Búzios e tem dois filhos.

Joaquim Abidias da Cunha
Com colaboração de Antonio Martins de Farias


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