sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

SEU MARRECA




 Imagem ilustrativa

Há que creditar aos nossos pais, boa parte de nosso patrimônio intelectual, pois quando pequenos, por eles somos levados às mais variadas caminhadas que se traduzem em saber e em lembranças, às vezes trágicas, ao contrário disso, a alegria também colore nossa vida com cores vivas e agradáveis para sempre.
 Numa “destas caminhadas, por exemplo, lembro-me do encontro com seu Marreca. Ele vivia, indo e voltando de Pedra Preta para sua casa. Primeiro, eu não sabia onde ele morava, só me disseram que  ele morava perto do Riacho de Santo Antônio.
Às vezes, pensava que seu Marreca morava com os papagaios, pois só era visto pela manhã ou à noite: indo ou voltando de seu roçado. Pelos caminhos das Areias, quando se ouvia o estalar de um chicote, imaginava-se que era seu Marreca, parecendo um tropeiro, tangendo seus burros de carga.

Seu Marreca era um senhor alto e de cara fechada, pouco sorria. Usava geralmente um chapéu de couro e trajava-se de roupa com a cor azul. Algumas vezes tangia uma burra castanha, com uma cangalha e um par de caçoar; outras ocasiões usava o animal como montaria.
 Assim, neste ir e vir seu Marreca ficou na memória de muita gente, que comungaram da alegria de ser e pertencer à comunidade de Serra dos Bois e fazer parte de sua história, inclusive, seu Marreca.
Por: Antônio Martins de Farias.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Genuíno Jorge Martins – Nosso Gino



Prosseguindo a caminhada rumo à inclusão de todas as pessoas que nasceram e viveram em Serra dos Bois não podemos esquecer-nos de um personagem de Gravatá do Ibiapina: Genuíno Jorge Martins, filho de tia Luísa Martins da Cunha o tio Jorge Genuíno da Cunha, ambos com parentes em Serra dos Bois.
Gino, como carinhosamente o conhecíamos, tem como seus irmãos José, Pedro, Zé Paulo e sua única irmã Dudu, esposa de Clodoaldo, nosso querido Doca, também com parentes em Serra dos Bois, especialmente a família de seu Zé Ramos, pai de Otávio Ramos e Manoel de Lulu, entre outros.
Genuíno era afilhado de Hermes Ludugero de Farias, morador de Serra dos Bois. Hermes tinha um carinho todo especial pelo seu afilhado; por isso Gino nunca saia de Serra dos Bois. Enquanto criança ficava na casa de Hermes e quando virou rapaz fixou-se   na casa de Arnóbio, no entanto, não se afastando de nossa convivência.
Gino é pessoa muito simpática e faz amizade com facilidade. Fez presepadas como todo menino e jovem fazem na nascente vida. Seu amor pelos jumentos foi sua perdição. Chegou a levar um jegue para dormir dentro de casa, com medo que o ladrão de cavalo Zé Gordinho, da cidade de Surubim, PE, levasse seu jerico. Tal jerico era um jumento preto e muito baixeiro. Ia de Gravatá do Ibiapina a Serra dos Bois em vinte minutos, bem mais rápido do que os Toyotas de Santa Cruz.
Infelizmente Gino foi visto pela última vez morando na Região Norte. Deve ter família, porém não se sabe se ele ainda é vivo e em qual cidade mora. Gino, pelo seu jeito carinhoso de ser, nos deixou com muita saudade e com muito desejo de conhecer e saber sobre sua família, se a tem, afinal também o é nossa.

Antônio Martins de Farias

O Verão e a Chuva



                                    
                                                 
    


O mato está seco; a terra rachada; a poeira pelo chão, crianças buscam água na carroça de jumento e brincam na lama rachada do ultimo açude que secou. Rastros de calangos e lagartixas que buscam uma sombra difícil de encontrar em virtude das árvores se encontrarem secas, peladas e sem folhas por causa do verão. Assim é o verão que castiga o cariri sem, no entanto, levar o  homem  a esquecer que Deus não lhes abandona por completo.
E dezembro termina e o ano também. O relâmpago e o trovão surgem nos Céu, vindos do lado do sertão. O primeiro sinal de chuva se tem quando as formigas não fazem suas moradas nos riachos e regos dos roçados e os tetéus constroem seus ninhos nos altos das capoeiras.
De repente a chuva chega. Muitas vezes só dar para apagar a poeira dos caminhos. Quando o inverno se firma no cariri, o sol começa a se esconder como menino amuado dando sinal de que não quer escovar os dentes; dormir cedo e aprender a rezar, como antigamente. A chuva chega de repente fazendo o chão seco ficar molhado; os regos e riachos se enchem d’água. E, após a chuva, os bancos de areias formam desenhos iguaizinhos àqueles que as nuvens formam no Céu.
O homem feliz olha para o firmamento; tira seu chapéu e agradece a Deus o presente divino, mesmo sabendo que a chuva é passageira. Mais feliz fica o homem quando percebe os riachos cheios, levando as cercas dos roçados. Ouvindo os sapos cantando nos barreiros e riachos e açudes sangrando. Ouve os jumentos correndo e brigando, como se fosse uma festa pelo verde dos campos.
Com as chuvas papa-sebo munda de cor e vira papa-lagartas; galo de campina munda de pena e de cor; o concriz de vermelho passa a ser amarelo e o sapo vira cururu. O gado escramuçar adivinhando chuva e formando um balé clássico do mundo animal. É uma festa quando a chuva chega ao sertão e cariri. Que Deus se lembre de nós e em 2013 chova em nossa terra.

Antônio Martins de Farias

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Projeto em andamento



 da esquerda do seu monitor, Fabio Junior, presidente do concelho, Julio Cezar secretario de agricultura, Joseane e Maria engenheiras do prorural, Geraldinho presidente da associação  e Claudio concelheiro fiscal.
Na ultima sexta feira dia 25, a comunidade de Serra dos bois recebeu a visita de uma equipe do Prórural para dar prosseguimento aos tramites do projeto de infraestrutura e abastecimento de agua com chafariz, o presidente do concelho sustentável  e o secretario de agricultura também participaram da visita e foram recebidos pelo presidente da Associação de agricultores de Serra dos Bois  que prestou todas as informações necessárias para o andamento do projeto. Vale ressaltar,  que só na comunidade serão beneficiadas trinta e cinco famílias, podendo também alcançar outras comunidades e atender  mais de  oitenta.