Imagem ilustrativa
Há que
creditar aos nossos pais, boa parte de nosso patrimônio intelectual, pois
quando pequenos, por eles somos levados às mais variadas caminhadas que se
traduzem em saber e em lembranças, às vezes trágicas, ao contrário disso, a
alegria também colore nossa vida com cores vivas e agradáveis para sempre.
Numa “destas caminhadas, por exemplo, lembro-me
do encontro com seu Marreca. Ele vivia, indo e voltando de Pedra Preta para sua
casa. Primeiro, eu não sabia onde ele morava, só me disseram que ele morava perto do Riacho de Santo Antônio.
Às vezes,
pensava que seu Marreca morava com os papagaios, pois só era visto pela manhã ou
à noite: indo ou voltando de seu roçado. Pelos caminhos das Areias, quando se
ouvia o estalar de um chicote, imaginava-se que era seu Marreca, parecendo um
tropeiro, tangendo seus burros de carga.
Seu Marreca
era um senhor alto e de cara fechada, pouco sorria. Usava geralmente um chapéu
de couro e trajava-se de roupa com a cor azul. Algumas vezes tangia uma burra
castanha, com uma cangalha e um par de caçoar; outras ocasiões usava o animal
como montaria.
Assim, neste ir e vir seu Marreca ficou na
memória de muita gente, que comungaram da alegria de ser e pertencer à
comunidade de Serra dos Bois e fazer parte de sua história, inclusive, seu
Marreca.
Por: Antônio Martins de Farias.