quinta-feira, 3 de março de 2011

Recordações de criança relembrando o passado.



A ideia de se construir uma igreja em Serra dos Bois era antiga. Desde os tempos de padre Oto, tia Zefinha já era uma incansável batalhadora para esse fim. Ela, com coragem de uma guerreira, visitava os sítios vizinhos, pedindo ajuda para a realização da sua obra. Ganhava, geralmente, um ovo, em cada casa que visitava; raramente era presenteada com uma galinha ou um frango ou franga. Não importava a distância; tia Zefinha ia ao Bonsucesso, à Santana, à Pedra Preta, ao Tanque Raso, e, aproveitava para almoçar na casa de Pastora, esposa de seu Zé Pequeno. De volta aproveitava para tomar um café e fumar um cigarro de palha na fazenda Lagoa do Canto. Geralmente, tia Zefinha levara um menino ou uma menina para lhe fazer companhia.
Tal projeto só saiu do papel com a ajuda do padre Basílio, que de mansinho e com sua forma moderna de evangelizar convenceu os homens de Serra dos Bois a se juntarem e bater o tijolo para a construção da igreja. Coronel Lucena também foi fundamental na decisão. Ele e Zé Pereira doaram as imagens de São Pedro e de Nossa Senhora à igreja de Serra dos Bois.
O tijolo foi batido, num barreiro perto da casa de mãe Zita, e outra parte no açudinho. Era uma festa trabalhar fazendo tijolo para construir a igreja. Muitas pessoas não acreditavam que essa ideia saísse do papel, mas saiu e em 1969, houve a inauguração de nossa igreja.
Tia Zefinha nunca será esquecida, pois deixou sua marca na história de Serra dos Bois. Ela lutou para que fosse construída uma igreja que acaba sendo um ponto de encontro de todos.
A festa de inauguração foi uma festa muito grande. Nunca se viu tanta gente em Serra dos Bois. Veio até o bispo de Caruaru. Mas só lembro-me da barraca de padrinho Geraldo onde se comia pão doce. A visão de um menino.
Por: Antonio Martins

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