Na fazenda Lajedo,
de seu Agnelo Pedrosa, proprietário do boi misterioso, astucioso, valente bravo
por isso para o curral nunca foi.
Por causa dele
muitos bezerros tiveram nome de Mulatinho também. Era como se fosse Mulatinho
um, Mulatinho dois; estava, assim, formada a dinastia dos bois. Passou a ser
uma obrigação se levar as vacas da redondeza para cruzarem com o boi Mulatinho.
A fazenda de
seu Agnelo Pedrosa era grande: sua extensão era medida em léguas; precisava-se
de um dia para andar a propriedade toda. Naquela fazenda tudo se criava: tinha
lotes de cavalos, rebanhos de gado, de ovelhas e cabras. Nela
se avistava até onças, até o final da década
de 40.
É, até hoje,
impossível se saber qual a verdadeira história do Boi Mulatinho, pois cada um
conta-nos com acréscimo ou com uma novidade. É fato, porém que essa bela
história não pode ser esquecida. E muitos poetas e vaqueiros de nossa região
devem possuir um folheto de cordel ou qualquer fragmento que documente tão
linda lenda – a História do Boi Mulatinho -, que nasceu e se criou na fazenda
de seu Agnelo Pedrosa e teve vaqueiro seu Augusto Ferraz.
Não há como
descrever as características físicas de tal boi. Sabe-se, no entanto, que era
muito corredor e não gostava de ir ao curral. Sua vida foi toda livre e só quem
chegava perto dele os vaqueiros Augusto Ferraz e Odílio Borges, esse ainda vive
e, portanto, testemunha de uma bela história. Pudera que na III Missa do
Vaqueiro se cante alguma toada feita em homenagem ao Boi Mulatinho.
Boi Mulatinho,
embora famoso, não teve um final feliz: morreu afogado num tanque, por causa de
sede e por causa da seca que tanto atormenta o nordestino.
Por: Antonio Martins de Farias:
Nenhum comentário:
Postar um comentário