quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Mulatinho



 CLONE DO BOI BANDIDO
Na fazenda Lajedo, de seu Agnelo Pedrosa, proprietário do boi misterioso, astucioso, valente bravo por isso para o curral nunca foi.
Por causa dele muitos bezerros tiveram nome de Mulatinho também. Era como se fosse Mulatinho um, Mulatinho dois; estava, assim, formada a dinastia dos bois. Passou a ser uma obrigação se levar as vacas da redondeza para cruzarem com o boi Mulatinho.
A fazenda de seu Agnelo Pedrosa era grande: sua extensão era medida em léguas; precisava-se de um dia para andar a propriedade toda. Naquela fazenda tudo se criava: tinha lotes de cavalos, rebanhos de gado, de ovelhas e cabras. Nela
 se avistava até onças, até o final da década de 40.
É, até hoje, impossível se saber qual a verdadeira história do Boi Mulatinho, pois cada um conta-nos com acréscimo ou com uma novidade. É fato, porém que essa bela história não pode ser esquecida. E muitos poetas e vaqueiros de nossa região devem possuir um folheto de cordel ou qualquer fragmento que documente tão linda lenda – a História do Boi Mulatinho -, que nasceu e se criou na fazenda de seu Agnelo Pedrosa e teve vaqueiro seu Augusto Ferraz.
Não há como descrever as características físicas de tal boi. Sabe-se, no entanto, que era muito corredor e não gostava de ir ao curral. Sua vida foi toda livre e só quem chegava perto dele os vaqueiros Augusto Ferraz e Odílio Borges, esse ainda vive e, portanto, testemunha de uma bela história. Pudera que na III Missa do Vaqueiro se cante alguma toada feita em homenagem ao Boi Mulatinho.
Boi Mulatinho, embora famoso, não teve um final feliz: morreu afogado num tanque, por causa de sede e por causa da seca que tanto atormenta o nordestino.

Por: Antonio Martins de Farias:





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