Imagem meramente ilustrativa.
Com a revolução sexual e com o Rock´n Roll das décadas de 60 e 70, a moda chegou ao Bandeira. Orestes e Nanú se vestiam de forma diferente. Eles usavam calça boca de sino, sapatos de salto alto, cinto largo com fivelas e cabelos grandes. Segundo fofocas, eles desenhavam e costuravam suas roupas. Segundo alguns, Orestes e Nanú, à noite, andavam nus pelos corredores, entre o Bandeira e Serra dos Bois, para não gastar e nem amassar suas vestes.
Diante da novidade ou modo de se vestir ou de se comportar, as pessoas não aprovavam de imediato seus modos e jeito de ser. E, diante de severas críticas, estes dois rapazes se isolaram e poucos tiveram oportunidade de conhecê-los. Com isso perderam grande oportunidade de fazer dois bons amigos, por certo. Orestes e Nanú, por sua vez, souberam, como ninguém, vencer o preconceito, pois preferiram o isolamento à renúncia de seus objetivos – que era – andarem na moda e curtirem as mudanças de hábito e dos tempos.
Eles foram corajosos e não podem acusá-los de nada, porque iam à missa e aos terços e novenas de Serra dos Bois, de Jerimum, de Pedra Preta, de Gravatá do Ibiapina e não de incomodavam com o desprezo que as pessoas lhe dedicavam. Orestes e Nanú, eram comportados, nunca se ouviu falar de brigas provocadas por eles. Hoje, devem ser homens maduros, cheios de saudades por terem curtido uma revolução comportamental que os conservadores não conseguiram evitar, ensinando-nos que antes de criticar é bom procurar o sentido que a sociedade como um todo pensa e age. Aprendemos também que toda novidade trás medo e angustia, mas não custa tentar e aceitar.
Por: Antônio Martins