segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sinto saudades

Sinto saudade de Serra dos Bois. Sinto saudade de todos meus familiares e amigos de Serra dos Bois. Sinto saudade do corredor de seu Amaro França, onde as almas corriam a noite inteira, e só os medrosos conseguiam vê-las. No corredor de seu Zé Ramos, as almas à noite se viam. Sinto saudade da cacimba de Luiz França, onde se dava água para os animais, e os jumentos de seu João Cazé. Sinto saudade do tanque das cabras. Sinto saudade do açudinho, onde os homens tomavam banho aos domingos. Sinto saudade das festas de São João que Sebastião, de tio Manoel, fazia todos os anos e da festa do casamento de Adélia. Sinto saudade da novena de Santo Antonio que acontecia na casa de Hermes e na casa de Otávio Ramos. Sinto saudade das novenas de São José da Pedra Preta - na casa de Céu. Sinto saudade de Zezé João. Sinto saudade de tudo, entretanto sinto muita saudade de Geraldo de Arnóbio e do Mudo. Como a saudade é eterna e o alimento do espírito muitas saudade eu sinto e pretendo sentir enquanto viver e mesmo quando morrer, pois a vida é eterna e vale a pena viver, mesmo com saudade. É que os encontros e os desencontros são permitidos por Deus, nosso Pai. E só ele tem a chave de nosso destino.


 Texto disponibilizado pelo amigo e colaborador
Antonio Martins de Farias

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