Em pé, um dos netos, e os filhos Francisco, Duda, Etelvina, maria Cristina e Adolfo
Sentados, a nora Luzia, tia Lili ao centro e o genrro Givaldo
Tia Lili, ou
Maria Aragão da Cunha, nasceu em 16/10/1915 e faleceu em 03/03/2013. Filha de
Aleixo da Cunha Porto, nosso Pai Aleixo e Esmeraldina Maria Aragão, Mãe Mera.
Tia Lili nasceu e foi criada em Serra dos Bois.
Casou-se com Abdias Ludugero da Cunha, filho de Ludugero Aleixo da Cunha Porto
e Maria Zita. Tio Abdias, era o caçula da família.
No início da
vida em comum Abidias e Lili sofreram muitos percalços, devido à seca e às
condições difíceis do nosso torrão. Mesmo assim, o casal teve os seguintes
filhos: Esmeraldina, José, (Duda) Francisco, Etelvina, Maria, Aleixo,
Idelfonso, Adolfo e Joaquim.
Quando jovens o
casal gostava de dançar forró. Tia Lili nos contava que quando anoitecia dava a
ceia aos meninos, leva-os para dormir e em seguida ela e o marido iam para o
forró, fosse onde fosse a festa. Dançavam a noite toda e voltavam para casa,
tomavam o café e iam para o roçado trabalhar, porém um dia uma de suas filhas
lhe chamou a atenção dizendo:
- Mãe, a gente
sabe que a senhora e papai nos deixam sozinhos e vão para o forró. A gente
também quer ir.
Desse dia em
diante, nunca mais eles foram ao forró sem a companhia dos filhos. Assim, se
ficássemos aqui lembrando todas as boas estórias de tia Lili e de tio Abidias nunca
mais pararíamos de escrever. Este casal foi muito importante para nossas vidas
e para Serra dos Bois.
Serra dos
Bois, com o passar do tempo fica mais pobre, pois perde pessoas como tia Lili. Ficamos
órfãos, porque tia Lili não era a mãe só de Joaquim, de Francisco de Etelvina,
de Duda, de Aleixo, de Adolfo de Maria, de Idelfonso e de Joaquim. Ela era mãe
de todos os que nasceram e se criaram em Serra dos Bois de nossa geração. Ela
viveu sempre com um sorriso gostoso e uma alegria imensurável de lutar. É a
lembrança de uma pessoa alegre, companheira e amiga que tia Lili nos deixa como
legado.
Algumas vezes tia Lili e tio Abdias visitaram
a cidade do Rio de Janeiro, onde eram bem acolhidos pelos seus filhos: Joaquim,
Etelvina, Francisco, os sobrinhos, sua irmã tia Mercês e seu cunhado Antonio
Ananias de Farias.
A família
carioca foi crescendo e surgiram os netos: Fernando, Marcelo e Fred; depois os
bisnetos: Brenda e Ana Bela, filhas de Marcelo e Pedro, esse filho de Fernando,
todos descendentes de seu Miguel Severino, pessoa muito amada que também deixa
muita saudade, um vazio para o povo do sitio Bandeira, município de Barra de
São Miguel, e, também de Taquaritinga do Norte. Ocorre que sítio Bandeira uma
parte pertence à Paraíba e outra a Pernambuco.
Quando chegava
ao Rio de Janeiro tia Lili ficava encantada com os netos e os bisnetos, mas
nunca deixava de pedir ao seu filho, Joaquim, que a levasse de volta à Serra
dos Bois. Dizia ela:
- meu filho,
preciso voltar à minha terra para cuidar de Maria – muita gente me espera lá.
Sinto muita saudade de vocês, mas só posso morrer em Serra dos Bois.
Assim, durante
anos nos acostumamos com a presença de tia Lili, no Rio de Janeiro, em Serra
dos Bois e Caruaru, onde moram seus filhos Duda e Etelvina, porém como ela
queria, seus últimos dias foram vividos em Serra dos Bois, entretanto, no dia
três de março de 2013, ela foi sepultada em Gravatá do Ibiapina, ficando sobre
os cuidados e a proteção de Nossa Senhora da Conceição, de quem tia Lili era
muito devota.
Por: Antonio Martins de Farias